Nova edição do Relatório Anual de Segurança Viária apresenta redução de mortes no trânsito
Pela primeira vez em 15 anos, Fortaleza registrou, em 2019, um número abaixo de 200 mortes no trânsito e alcançou a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) ao reduzir pela metade a taxa de mortalidade. No ano passado, foram contabilizados 7,4 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2010, o índice era de 14,9 óbitos, representando uma diminuição de 50,03%. O detalhamento dos dados pode ser consultado na mais nova edição do Relatório Anual de Segurança Viária, que também chama atenção para os principais fatores de risco de acidentes como o excesso de velocidade, a ausência e uso inadequado do capacete e cinto de segurança, a mistura do álcool e direção e a utilização do celular ao volante.
Para o secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto Saboia, o resultado é reflexo do esforço sistêmico norteado pelas melhores práticas internacionais e focado em quatro eixos principais: desenho seguro das vias, educação para o trânsito, fiscalização e comunicação. "Nos últimos oito anos, observamos uma mudança de paradigmas com a priorização dos usuários mais frágeis e dos meios de transporte sustentáveis. As ciclofaixas, áreas de trânsito calmo, áreas de espera para motocicletas, travessias elevadas para pedestres e faixas exclusivas para ônibus mudaram a forma de nós, fortalezenses, enxergarmos a cidade. Aliado a isso, as campanhas educativas e as operações para coibir comportamentos inadequados foram iniciativas exitosas para a preservação de vidas", esclarece.
Segundo a publicação, 14.525 acidentes aconteceram entre janeiro e dezembro de 2019. Desse total, 12.207 foram acidentes com feridos, 191 com fatais e 2.127 apenas com danos materiais. A maior parte dos acidentes com vítimas aconteceu às quartas, quintas e sextas-feiras, nos horários de pico da manhã (de 7h às 8h) e noite (de 18h às 19h). Entre 2014 e 2019, estima-se que 578 vidas tenham sido salvas.
Ao todo, 198 pessoas morreram e 13.833 apresentaram algum tipo de ferimento ou lesão. Usuários de motocicletas representaram 43,5% do total de mortes no trânsito, seguido por pedestres (40,4%), ciclistas (11,1%) e ocupantes de veículos de quatro rodas (5%). A vítima de maior idade tinha 90 anos. Já a de menor idade foi um bebê de colo de 2 anos que foi atropelado junto com sua mãe.
O perfil mais comum de quem morre no trânsito em Fortaleza é homem, com faixa etária entre 18 e 29 anos. Mas, apesar dos jovens registrarem a maior quantidade de fatalidades, o risco relativo de morte se apresenta diferentemente a partir do perfil do usuário. Em 2019, os dados por gênero e idade mostram que o risco relativo de morte para homens com mais de 60 anos é cinco vezes maior do que o restante da população.
De acordo com o superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), Arcelino Lima, a melhora na prevenção é resultado da política de segurança no trânsito desenvolvida pela Prefeitura de Fortaleza, com apoio da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global. “Temos trabalhado incessantemente para que vidas sejam preservadas, oferecendo condições seguras de deslocamento. A nossa presença ostensiva nas vias da cidade vem mudando a atitude de condutores e pedestres no sentido de criar uma cultura de respeito às normas de circulação viária. Mas os desafios ainda são muitos. É preciso que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o poder público e todos os usuários para reduzirmos ainda mais a estatística de violência no trânsito”, reforça.
Clique aqui para conferir o relatório na íntegra.
Fatores de risco
- Não uso ou uso incorreto do capacete
Em Fortaleza, os usuários de motocicletas têm uma alta prevalência de uso do capacete (99% do total). Entretanto, há uma diferença para aqueles que utilizam corretamente, afivelando o capacete, sendo menor o percentual, 92%, de acordo com pesquisa observacional realizada por meio da parceria entre a Universidade Johns Hopkins e a Universidade Federal do Ceará (UFC).
O uso correto deste equipamento reduz em 40% o risco de morte no trânsito e em 70% o risco de lesões graves. Isso significa dizer que, para cada 10 motociclistas que morreram ou sofreram uma grave lesão e não estavam utilizando o capacete, 4 teriam sobrevivido e 7 teriam evitado ferimento severo.
- Cinto de segurança e cadeirinha
Na pesquisa de avaliação da campanha "Não arrisque. Nunca beba e dirija", 54,6% dos entrevistados afirmaram não ter utilizado o cinto no banco de trás e 90,1% disseram desconhecer a legislação que obriga essa utilização.
A situação também é semelhante para o público infantil. Só 47% das crianças e bebês observados estavam utilizando equipamentos de proteção adequados. O uso da cadeirinha reduz o risco de morte em até 71% para crianças maiores de dois anos e em até 54% para crianças de até dois anos.
- Excesso de velocidade
A OMS estima que um aumento de 5% na velocidade média amplia em cerca de 10% os acidentes envolvendo lesões e de 20% a 30% as colisões fatais. Segundo a Organização, o risco de um pedestre adulto morrer se atingido por um carro a menos de 50 km/h é de 20%.
O motociclista é o que mais excede a velocidade, representando 26% dentre os tipos de veículos. Quem menos excede a velocidade são os ônibus (6%).
- Lei Seca
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), condutores que dirigem sob o efeito de álcool têm 17 vezes mais chance de se envolver em um acidente fatal. Isso porque o álcool, além de comprometer as capacidades cognitivas, reduz as chances de sobrevivência. Quanto maior o consumo de bebida alcoólica, mais chances de ferimentos graves e de óbito.
Em Fortaleza, 11,9% de indivíduos entrevistados na Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), afirmaram conduzir veículos motorizados após ingestão de qualquer quantidade de bebida alcoólica. Esse valor é bem próximo à média nacional de 12,1%.
- Uso do celular
O uso do celular distrai o motorista em quatro dimensões: visual, cognitiva, física e auditiva. Segundo a OMS, a combinação aumenta em quatro vezes o índice de acidente de trânsito. Em Fortaleza, sete a cada 100 condutores, utilizam o celular enquanto dirigem. O desrespeito maior foi observado entre os condutores jovens (18 a 24 anos) e do gênero feminino.
Segundo a pesquisa, o uso do celular enquanto dirige foi observado com maior frequência nos dias úteis. As Regionais I e III (9,8% e 11,1%) apresentaram maiores taxas desta conduta de risco, enquanto a Regional do Centro apresentou o menor (3,1%).
- Plataforma Vida
Além do Relatório Anual de Segurança Viária, qualquer cidadão pode obter informações gratuitas sobre os acidentes ocorridos em Fortaleza na Plataforma Vida (ferramenta digital que disponibiliza dados de sinistros de trânsito) pelo smartphone ou no site www.centralamc.com.br.
A iniciativa vem sendo desenvolvida pela AMC como evolução do Sistema de Informações em Acidentes de Trânsito (SIAT). O objetivo é promover uma melhor compreensão da problemática de mortes e feridos no trânsito, bem como aumentar a eficiência na coleta e análise de dados relativos à segurança viária e ao monitoramento de intervenções de engenharia e fiscalização.
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Com 85% das obras finalizadas, Av. Desembargador Moreira tem tráfego liberado
Com o avanço das obras de pavimentação da Av. Desembargador Moreira, as pistas que estavam parcialmente bloqueadas, tiveram tráfego liberado em toda a sua extensão. A Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) segue com obras na região realizando os serviços de construção de calçadas, ciclovia, urbanização e iluminação. A obra de requalificação viária da Avenida Desembargador Moreira, que está com 85% de execução, corresponde ao trecho entre as avenidas Pontes Vieira e Abolição, deve ser concluída até janeiro de 2021.
Considerada via de conexão da região hoteleira ao aeroporto, a Av. Desembargador Moreira é tida como a principal porta de entrada da cidade para os turistas que desejam conhecer ou se hospedar próximo às praias de Iracema e Beira-Mar. Com as obras, a região passará a contar com nova pavimentação asfáltica, calçadas com piso intertravado, rampas de acessibilidade, nova sinalização, reforma do canteiro central, pavimento em concreto nos pontos de ônibus, nova iluminação e paisagismo. A via ganhará um trecho com amplo e colorido calçadão, priorizando o pedestre e melhorando a utilização dos espaços, já que o mesmo será integrado às novas calçadas da Praça Portugal, na esquina com Dom Luís.
Com orçamento de R$ 11,2 milhões, as obras foram divididas em três trechos, levando em consideração as áreas e necessidades específicas da via, como rede hoteleira, comercial e residencial. Confira as intervenções realizadas em cada trecho:
Trecho 1
A Av. Desembargador Moreira, no trecho entre as avenidas Padre Antônio Tomás e Pontes Vieira, passou por obras de requalificação viária com a retirada do antigo pavimento e implantação de novo asfalto. Houve ainda a reconstrução do canteiro central, reforço na sinalização, instalação de itens de acessibilidade e pavimento em concreto nos pontos de ônibus.
Trecho 2
Neste trecho, entre as avenidas Padre Antônio Tomás e Dom Luís, foi realizada a substituição de todo o asfalto da via por piso intertravado (blocos em concreto) para facilitar o escoamento da água, além de melhorar a sensação térmica da via. A urbanização desta extensão da avenida se conectará ao trecho 3 que também tem pavimento em blocos de concreto.
Trecho 3
Entre as avenidas Dom Luís e Abolição a avenida passou por reforma no pavimento, que passou a ser intertravado, além de reforma do canteiro central. As obras continuam no local com a construção de uma ciclovia e calçadão, em frente à Empório Delitalia. O amplo e colorido calçadão foi inspirado nas ruas de Santiago, no Chile, um convite para o pedestre caminhar e ficar. O local ganhará ainda paisagismo, mobiliários urbanos e nova iluminação. Com a urbanização, a avenida passou a operar em mão única, no sentido sertão/praia, com duas faixas de tráfego. Com a mudança, os veículos poderão acessar as ruas Osvaldo Cruz e Barbosa de Freitas para seguirem no sentido praia/sertão.
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Campanha da AMC reforça prevenção ao coronavírus e acidentes de trânsito
A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania de Fortaleza (AMC) lança, nesta quinta-feira (21/05), uma nova campanha para fortalecer o enfrentamento à pandemia da Covid-19, reforçando cuidados preventivos ao coronavírus e o respeito às normas de circulação viária para prevenir acidentes.
O vídeo, que será veiculado em TVs, rádios e em plataformas digitais, enfatiza recomendações dos especialistas em saúde como a importância de uma higienização adequada. Como protagonista está um entregador de aplicativos, profissional que atua diariamente nas ruas da cidade se arriscando para atender a demanda da população e, por isso, mais exposto ao vírus.
Além dos cuidados básicos de manter distância no recebimento e entrega da mercadoria, utilizar álcool em gel e máscaras faciais, a campanha também ressalta a importância do cumprimento às leis de trânsito. Respeitar os limites de velocidade, utilizar o capacete, não avançar o sinal vermelho nem transitar na contramão são comportamentos que devem ser adotados para evitar acidentes.
Embora Fortaleza tenha registrado uma redução de 72% no número de acidentes totais e 40% no quantitativo de vítimas fatais, irregularidades no trânsito ainda são recorrentes. O excesso de velocidade, por exemplo, considerado um dos principais fatores de risco pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pode ser observado até mesmo com uma frequência maior já que a circulação está restrita e as vias cada vez mais vazias.
Apesar da queda significativa dos acidentes, os desafios são constantes. “Temos trabalhado para que esse número seja cada vez menor e vidas possam ser preservadas. No atual momento em que vivemos, as reduções de acidentes proporcionam certa melhoria no sistema de atendimento de emergência à medida que evita uma sobrecarga no serviço e dá oportunidade para que mais pessoas possam ter acesso às vagas nos hospitais”, esclarece o superintendente da AMC, Arcelino Lima.
Quanto maior o número de acidentes que deixam de acontecer, maior a disponibilidade de leitos e recursos para tratar vítimas da pandemia e de outras enfermidades. “Esse é um momento sem precedentes em que todo esforço para aliviar essa pressão enorme que estamos enfrentando nas unidades de saúde e hospitais é bem-vindo. Respeitar o limite de velocidade é uma forma eficiente de reduzir o volume de atendimentos em urgências e emergências e por isso eu reforço esse apelo”, diz o médico e cirurgião de trauma do Instituto Dr. José Frota (IJF), Daniel Lima.
Mesmo com a atenção focada no combate à pandemia, os condutores devem ter atenção redobrada ao dirigir. O respeito às normas de circulação viária ainda é a principal forma de evitar acidentes.
Operações nas ruas
De forma complementar à campanha, agentes de trânsito têm reforçado o trabalho de controle de circulação e realizado abordagens preventivas. Do dia 8 ao dia 18 de maio, 8.268 veículos foram abordados nos comandos operacionais da AMC.
As operações são realizadas em toda a Cidade nos quatro turnos, mas priorizam bairros das Regionais I e V, que ainda apresentam uma estatística elevada de desrespeito ao isolamento social.
Número de acidentes reduz 73% em Fortaleza durante isolamento social
Em virtude do período de isolamento social recomendado pelas autoridades de Saúde para reduzir os riscos de contágio pelo coronavírus, o fluxo de veículos diminuiu pela metade em Fortaleza e consequentemente o quantitativo de acidentes também. Dados da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) apontam que houve uma queda de 73% nas estatísticas de acidentes na Capital.
O levantamento realizado pelo órgão de trânsito considerou o período de 20 de março a 19 de abril de 2020, no qual foram registrados 431 acidentes, e comparou com os registros do ano anterior que contabilizou 1.573 sinistros no total.
“Se restringir a amostra apenas aos acidentes com vítima, verificamos uma diminuição de 60%. Já em relação aos fatais, a redução foi de 50%”, detalha o superintendente da AMC, Arcelino Lima.
Apesar da queda significativa, os desafios são constantes. “No atual momento em que vivemos, as reduções de acidentes proporcionam certa melhoria no sistema de atendimento de emergência e internação à medida que evita uma sorecarga no serviço e dá oportunidade para que mais pessoam possam ter acesso às vagas nos hospitais. Esses resultados corroboram com a importância do isolamento. Menos pessoas nas ruas, menos acidentes de trânsito e mais vagas nos hospitais. Continuamos trabalhando para que esse número seja cada vez menor e vidas possam ser preservadas", esclarece.
Mesmo com a atenção focada no cobate à pandemia, os condutores devem ter atenção redobrada ao dirigir. O respeito às normas de circulação viária ainda é a principal forma de se evitar um acidente.
Ações de enfrentamento
Uma força-tarefa envolvendo os agentes de trânsito da AMC e orientadores de tráfego vem sendo desenvolvida para garantir a segurança das pessoas. Além de monitorar o ir e vir dos condutores, atividade que já é padrão, o efetivo está concentrado nas ações de enfrentamento ao vírus.
“Hoje, a atuação da AMC vai além do simples controle de tráfego. Diariamente equipes atuam em locais de aglomerações e em filas de agências bancárias para repassar informações enfatizando o distanciamento de 1,5 m e orientando sobre os cuidados que devem ser adotados para evitar o contágio”, explica Arcelino Lima.
Como parte do trabalho de enfrentamento, as câmeras de monitoramento estão sendo utilizadas para identificar aglomerações. Rotas volantes também percorrem os principais bairros divulgando a importância do isolamento social como mecanismo de prevenção à Covid-19.
Além da atuação dos agentes, a aplicação de sinalização especial de demarcação para distanciamento nas filas das calçadas de bancos e casas lotéricas na cidade continua em andamento. O objetivo é reorganizar o fluxo no entorno desses locais para garantir que as pessoas permaneçam afastadas umas das outras, evitando a contaminação pela nova doença.
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