Enfermeira de formação, a primeira-dama de Fortaleza, Natália Herculano, ganhou notoriedade por ter participação ativa nas atividades sociais e de inclusão da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). Em fevereiro de 2019, Natália foi nomeada presidente de honra do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC), militando pelo fim da violência contra a mulher, pelo empoderamento feminino e pela saúde da mulher e das crianças. A bandeira se tornou diretriz da legislatura, ultrapassando as fronteiras do assistencialismo. “Devemos usar esse poder que temos e, com boa vontade, propor e trazer mudanças positivas”, disse, na ocasião.

Ainda na AL-CE, Natália liderou iniciativas de valorização da cultura e do movimento feminista. Sensibilizada pela luta de um funcionário da Assembleia, que batalhava pela inclusão social de um filho com espectro autista, ela fundou um modelo de referência nacional no atendimento multidisciplinar de qualidade a crianças com transtorno do espectro autista: o projeto "Mundo Azul". Médicos especialistas em diversas áreas prestam atendimento a crianças com esse transtorno, possibilitando inclusão social. As salas do Projeto "Mundo Azul" são equipadas com o que há de mais moderno para o espectro autista.

“Agora, queremos levar núcleos de atendimento para a rede municipal de modo a expandir os serviços e alcançar mais crianças que precisam desse atendimento. O espectro autista é imenso, mas tudo isso pode ser trabalhado e todas essas crianças, nas suas particularidades, podem ser introduzidas na sociedade”, revelou a nova Primeira-dama.

Ações e projetos para a população negra, mulheres, LGBTQIA+, idosos, proteção animal e ações de prevenção ao suicídio integram o conjunto de prioridades da Primeira-dama para os próximos quatro anos. Natália também ressalta a importância de continuar avançando nas políticas públicas para a juventude com um olhar especial para a primeira infância e valorização da família.

"Feminista, sim", afirma a Primeira-dama. Para ela, o feminismo não reivindica privilégios nem tenta impor superioridade sobre os homens. É uma luta por igualdade, por respeito aos direitos. Então, eu acho que muita gente é feminista e não sabe que é", disse Natália, referenciando mulheres marcantes que a inspiram, da literatura e da história, como Maria da Penha, Leila Diniz, Lélia Gonzalez, Pagu, Suely Carneiro e Fernanda Young. "Minha avó também é uma grande inspiração e exemplo para mim", complementou.

Advogada, especialista em Direito e Processo Administrativo e mestra em Direito e Gestão de Conflitos, a Secretária Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), Luciana Lôbo, acumula experiência na área de Governança Digital e de soluções consensuais na gestão pública.

Atuou como secretária-executiva do Turismo do Estado do Ceará e, em 2018, assumiu a Controladoria e Ouvidoria Geral do Município de Fortaleza, tendo sido, aos 35 anos, a primeira mulher a ocupar esse cargo na história do órgão.

O ato de conciliar o vasto currículo às atividades rotineiras demanda, segundo ela, intensa e constante preparação. “Minhas experiências do plano acadêmico e do âmbito profissional se complementam e me fazem sentir apta aos desafios. Ser uma mulher que trabalha bastante e que está sempre estudando exige uma tentativa frequente de equilibrar a vida pessoal e profissional. Sou casada, tenho um filho de sete anos e, nós, mulheres, temos a característica do cuidar muito presente”, afirma.

O encontro do equilíbrio, segundo Luciana, é gratificante. “Não é fácil equilibrar todos os eixos. A gente cuida do trabalho, cuida da família, tenta fazer esporte. Não é absolutamente fácil, mas, seguramente, é muito recompensador manter todos esses segmentos e entregar importantes frutos para a cidade de Fortaleza”, conclui.

Assista ao depoimento de Luciana Lobo para a TV Terra do Sol

Primeira mulher a ocupar a titularidade da secretaria Municipal das Finanças de Fortaleza, a contadora Flávia Teixeira protagoniza importante capítulo da história da Capital ao romper paradigmas e gerir um órgão historicamente liderado por homens.

“Esta gestão acredita no potencial e na liderança feminina. A gente se sente à vontade para dar essa contribuição. Isso traz conforto, confiança e inspiração. Embora tenha sido, por muito tempo, um ambiente predominantemente masculino, nós hoje temos, na nossa equipe, muitas mulheres em posição de liderança, seja na coordenação ou nas gerências de células”, avalia.

Mestre em Controladoria pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Flávia possui especialização em Contabilidade e Gestão Pública. A ampla experiência acumulada na área inclui, ainda, a atuação enquanto membro titular da Câmara Técnica de Normas Contábeis e de Demonstrativos Fiscais da Federação, coordenada pela Secretaria do Tesouro Nacional, além de importante passagem pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Ceará

Sua atuação enquanto titular da Sefin fortalece a representatividade da mulher no desempenho de atividades estratégicas e decisivas. “Isso despertou bastante a atenção de várias pessoas, inclusive, das minhas filhas. Elas entendem isso como algo relevante. Crianças e adolescentes também têm necessidade de ver a mulher em papel de destaque, sabendo que podem chegar aonde quiserem. Para isso, basta lutar, trabalhar e buscar conhecimento com dedicação, esforço e compromisso”, acredita

A equidade de direitos e de oportunidades, portanto, assume relevância cada vez mais significativa. “Hoje, não existe mais a segregação entre o mercado de trabalho da mulher e mercado de trabalho do homem. Ambos são capazes de agir com o mesmo compromisso, com a mesma eficiência, entregando os mesmos resultados”, assegura.

Nessa perspectiva, a partir do diálogo e da colaboração familiar mútua, o protagonismo feminino vem fortalecendo as suas bases. “A mulher sempre vai ter algo a mais para cuidar. Nós temos a família e temos a casa. Mas essas atividades também já começam a ser compartilhadas com o parceiro, com o marido, com a família como um todo. Isso tem facilitado a inserção da mulher no mercado e a conquista de estágios mais relevantes tanto no setor público quanto no setor privado”, conclui.

Assista ao depoimento de Flávia Teixeira para a TV Terra do Sol

A coordenadora especial de Políticas sobre Drogas (CPDrogas), Marta Gonçalves, veio da escola pública e decidiu ser professora. Já em cargos de gestão pública, dedicou-se a trabalhos sociais com primeira infância, adolescência e famílias, temas que mulheres possuem a compreensão e a sensibilidade para manejar e levar adiante.

Já foi, também, secretária de Desenvolvimento Social e Assessora Especial de Políticas Públicas para Mulheres em Eusébio, prestando serviço na área de assistência social. Também fundou o Núcleo de Apoio às Meninas e aos Meninos do Eusébio (Namme) e a Sala de Inclusão, que atende os alunos com necessidades especiais ou com déficit de atenção na rede pública municipal.

“Enquanto mulher, mãe, filha, profissional e servidora pública, me vejo em um grande desafio na CPDrogas. Atuamos na luta por direitos das pessoas com dependência química que, como qualquer cidadão, têm direito a receber cuidado e tratamento sem renunciar seu lugar na sociedade. Assim como a mulher, que nunca deve desistir daquilo que ela quer".

Assista ao depoimento de Marta Gonçalves para a TV Terra do Sol

Diretora do Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor de Fortaleza (Procon), Eneylândia Rabelo é servidora pública desde 2010, atuando como fiscal do município, e possui formação acadêmica em Enfermagem.

Vinda de uma família de origem simples, sempre gostou e estudar e veio de Morada Nova para a Capital cearense prestar vestibular e fazer faculdade. No meio do processo, se tornou mãe muito jovem e, em meio às dificuldades, em nenhum momento pensou em desistir do sonho de concluir o ensino superior e iniciar a carreira.

Foi no fato de ser mulher que encontrou forças para superar os desafios que a vida lhe colocou. “É importante não desistir dos seus sonhos, por mais que seja grande toda a luta e todo o sacrifício. A gente consegue o que quer porque nós somos mulheres. Mulheres fortes e guerreiras”, disse.

Assista ao depoimento de Eneylândia Rabelo para a TV Terra do Sol

A presidente do Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos (Imparh), Débora Marques, possui formação superior em Administração. Atuou na iniciativa privada, na gestão pública e no desenvolvimento de políticas sociais, como coordenadora dos Centros Sociais Urbanso (CSU) do Conjunto Ceará e do Pici. Foi coordenadora da Casa Brasil, onde colaborou com a democratização do acesso às tecnologias da informação.

Débora considera que a ocupação de mulheres em cargos de gestão e liderança é muito importante, seja na iniciativa privada ou pública, principalmente porque os desafios são maiores quando se é mulher. Cada local ocupado é, portanto, uma conquista.

“A mensagem que eu deixo das mulheres é que nós podemos tudo, desde que nós tenhamos coragem para enfrentar os medos e os desafios”, enfatizou.

Assista ao depoimento de Débora Marques para a TV Terra do Sol

A secretária-chefe da Controladoria e Ouvidoria Geral do Município, Cristina Machado, assim como tantas mulheres, passa por desafios em sua trajetória. Conciliando várias tarefas ao mesmo tempo, seja cuidar da casa, dos filhos e da carreira profissional, além dos hobbies, leituras e estudos, ela ainda é professora, especialista, mestre, doutoranda e possui experiência na gestão pública desde 2003.

Para Cristina, alcançar novas etapas e resultados é como costurar uma colcha de retalhos e traz uma sensação gratificante. No cotidiano como mulher, o diferencial está em aproveitar as oportunidades, demonstrando talentos e trazendo sempre graça e leveza para o seu dia a dia.

“O espaço que a mulher conquistou durante décadas é algo que ainda tem longa caminhada, mas foi um trabalho árduo chegar até aqui. A mensagem que eu deixo para as mulheres é a de não se cobrarem tanto, porque nem sempre as coisas vão sair como a gente imagina. O importante é deixar a sua marca no mundo. Conciliar tudo isso não é fácil e sempre estar bem também é algo desafiador, mas vale a pena cada conquista”, ressaltou.

Assista ao depoimento de Cristina Machado para a TV Terra do Sol

A secretária da Saúde da Prefeitura de Fortaleza, Ana Estela Leite, além de estar gerenciando uma pasta com um dos maiores orçamentos e enfrentando os desafios da pandemia e da campanha de vacinação contra a Covid-19, também assume o papel de mãe, avó e esposa. Junto com duas outras mulheres, a secretária executiva Ticiana Mota e a secretária adjunta Aline Gouveia, Ana Estela Leite comanda a Secretaria Municipal da Saúde no momento em que a pasta é mais estratégica do que nunca.

Pediatra, mestre em Saúde da Criança e do Adolescente, especialista em Gestão Hospitalar e Organizações de Saúde e servidora municipal desde 2004, Ana Estela cuida da saúde da população como se cuidasse da sua família em seu lar. Para ela, a sensibilidade para conciliar os papéis de mãe e mulher facilita a liderança de equipes e, muitas vezes, até possibilita a administração de conflitos internos.

“Tudo é possível desde que exista determinação, compromisso e compreensão. A mulher pode assumir qualquer cargo que historicamente foi confiado a homens, porque possui características como a capacidade de escuta, de diálogo e de concentração”, frisou a médica.

Assista ao depoimento de Ana Estela Leite para a TV Terra do Sol

Superintendente da Agência de Fiscalização da Prefeitura de Fortaleza (Agefis), Laura Jucá afirma que se sente confortável em trabalhar em um órgão que valoriza o trabalho feminino e que conta com 80% de gerentes mulheres. Integrante da equipe de consolidação da criação da Agefis, desde 2016, acumula experiência nas funções de Planejamento e Desenvolvimento Institucional e de superintendente interina.

Laura acredita que as organizações em todo o mundo estão acordando para o valor da liderança feminina, enxergando qualidades como empatia, comunicação, resiliência e a habilidade de ser multitarefa.

“É com muita luta que nós, mulheres, estamos conseguindo cada vez mais cargos de gestão, principalmente na área pública. Na pandemia, os países com mais sucesso no combate eficaz à Covid-19 foram aqueles liderados por mulheres. Então é muito importante esse reconhecimento e essa valorização da gestão feminina”, destacou a superintendente.

Assista ao depoimento de Laura Jucá para a TV Terra do Sol

Superintendente do Instituto Dr. José Frota (IJF) desde o ano de 2017, Riane Azevedo enfrentou desafios e tomou decisões que apenas gestores de muita sensibilidade são capazes de tomar. Primeira mulher a ocupar o cargo, fez história liderando o corpo clínico do hospital que é referência regional no socorro às vítimas de traumas de alta complexidade.

Servidora do hospital desde 1993, descobriu que ser mulher é um diferencial na hora de acolher um paciente, de comunicar o esgotamento de possibilidades e de seguir em frente. “A mulher tem essa coisa de cair, levantar e seguir em frente. Quando olho, tem tantas pessoas que precisam disso, e é algo que vejo em mim, particularmente”, declarou Riane.

Além disso, a superintendente cita a responsabilidade em ser mulher como uma prerrogativa para dar conta das demandas, ter conhecimentos jurídicos, financeiros e de gestão, requisitos do cargo ocupado ao longo dos anos sempre por figuras masculinas.

“É o impacto de ter que desenvolver um bom papel, até pela representatividade. Ter esse pioneirismo é não deixar margem para que exista algum questionamento em relação a eu ser mulher ou não”, frisou.

Neste período de pandemia, dentro do IJF, a dra. Riane viu tanto infortúnio como esperança. "Às vezes, sinto como uma pancada. E aí, quando entro nas unidades e vejo as pessoas agradecendo porque receberam um bom atendimento ou conseguiram sair, me energizo novamente. A gente precisa continuar, independentemente de qualquer coisa. E eu acredito que a mulher tem essa sensibilidade”, contou.

Assista ao depoimento de Riane Azevedo para a TV Terra do Sol