A Comissão do Comitê da Rede de Cuidado das Regionais 5 e 10 da Prefeitura de Fortaleza promoveu, nesta quinta-feira (22/02), a primeira reunião de 2024 com esclarecimentos pertinentes à mediação e enfrentamento ao desaparecimento de pessoas. O evento contou com a participação da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Ceará.
Participaram do encontro a supervisora da Célula de Mediação, Justiça Restaurativa e Cultura de Paz do Estado do Ceará, Jucileide Cronemberger; a supervisora do Núcleo de Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas, Lívia Xerez, e a orientadora de Célula de Políticas Afirmativas do Centro de Referência de Direitos Humanos, Verônica Maia.
O acompanhamento das ocorrências deve ser integrado e intersetorial
Para a supervisora Lívia Xerez, o trabalho de articulação é muito importante. “Hoje, o município de Fortaleza abriu as portas e o coração para esse comitê de cuidados composto por tantas instituições, e pessoas que têm esse trabalho na comunidade. Tivemos a oportunidade de explanar um pouco sobre o enfrentamento ao desaparecimento de pessoas trazendo elementos significativos em relação ao registro da ocorrência, a busca, a coleta de material genético, o atendimento psicossocial. Também abordamos conexões importantes com a saúde mental, com a assistência e com a mediação de conflitos. E queremos continuar aumentando nossa rede de apoio para desconstruir mitos que ainda existem e construir políticas em benefício do cidadão no estado do Ceará e no município de Fortaleza."
O comitê intersetorial é formado pela Coordenadoria de Políticas sobre Drogas (CPDrogas), Secretarias Regionais 5 e 10 e conta ainda com a parceria da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Os encontros acontecem desde 2021 nas Regionais 5 e 10, com o objetivo de fortalecer e articular ações em comum para o cuidado com as pessoas e suas famílias. Permitindo ainda a construção de ações intersetoriais e dialogando com diferentes pontos da rede, como saúde, educação, assistência social, cultura, entre outros.
“O comitê é um facilitador da rede de cuidado. É uma maneira de articular e trazer a informação correta. Esse ano começou com um tema importante da secretaria de Direitos Humanos do Estado, falando sobre ações dentro da pasta sobre o tráfico humano e desaparecimento de pessoas. No decorrer da reunião, dúvidas surgiram e é aí a importância de reunir essas pessoas, para que a informação correta sobre determinado assunto chegue até elas”, enfatizou Andria Moreira, coordenadora do Núcleo de Articulação de Políticas sobre Drogas.
Para o mediador do núcleo de mediação Erilk Rocha, o encontro foi enriquecedor e de troca. “Aqui consigo vislumbrar a importância do suporte e a informação de outras secretarias. Entre muitas dúvidas de pessoas que nos procuram, eu pude entender como funciona o trâmite e os primeiros caminhos a serem tomados diante do desaparecimento de pessoas, facilitando assim a mediação com a família”, pontuou Erilk.
Como proceder em casos de desaparecimentos
Registrar Boletim de Ocorrência e informar:
Características físicas (idade, altura, peso, cor da pele, dos olhos, cabelos etc);
Cicatrizes, marcas de nascença, tatuagens, piercings, pintas visíveis, próteses etc.;
Roupas e pertences usados na última vez em que a pessoa foi vista;
Doenças físicas ou mentais, hábitos pessoais e estado emocional recente;
Último lugar em que a pessoa foi vista;
Dados de aparelho celular, se for o caso;
Contexto em que ocorreu o desaparecimento.