30 de April de 2015 em Cultura
Vila das Artes apresenta mostra de cinema expressionista alemão
A Mostra Sombras que Assombram — O Expressionismo no Cinema Alemão acontece durante todo mês de maio
No mês de maio, a Vila das Artes, em parceria com o Sesc, realiza a Mostra Sombras que Assombram — O Expressionismo no Cinema Alemão. A abertura da Mostra será na segunda-feira (4), na Casa do Barão de Camocim, às 18h30. A mostra segue todas às segundas, terças e quintas-feiras, até o dia 21 de maio, sempre às 18h30, no Auditório da Vila.
Com exibição de nove filmes durante três semanas, a Mostra oferece a oportunidade de se conhecer o movimento expressionista no cinema, que teve seu auge em uma Alemanha arruinada pela Primeira Guerra Mundial e se caracterizou pelo uso de imagens fantásticas e assustadoras e ao mesmo tempo pela exposição de uma sociedade imersa em um cenário desolador e mecanicista.
O Expressionismo no Cinema Alemão trata-se do encontro da criatividade do artista com os seus impulsos emocionais e instintivos mais profundos, como misticismo, sobrevivência, sangue e morte.
Os filmes da década de 1920 espelham bastante a nebulosidade de seu tempo: os cenários, em especial das grandes obras, como “O gabinete do Dr. Caligari”, “O gabinete das figuras de cera”, “O golem” e “Nosferatu”, tendem à claustrofobia, têm pouca profundidade, são tortuosos e chegam a beirar o grotesco.
A Vila das Artes é um equipamento cultural da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura (Secultfor).
Programação:
4/5 - Metropolis / Fritz Lang / 1927, / 124 minutos / P&B
Obra-prima de Fritz Lang, reconhecido como um dos filmes-mudos mais importantes já lançados no cinema. A história se passa no século 21, numa grande cidade governada com mão de ferro por um poderoso empresário. Seus colaboradores são de classe alta e vivem em um lindo jardim, tal como Freder, único herdeiro do líder de Metropolis. Já os trabalhadores são escravizados pelas máquinas, e condenados a trabalhar e viver em galerias no subsolo da cidade. Entre os operários, destaca-se a jovem Maria, que conclama os trabalhadores a reivindicar seus direitos. Metropolis demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do sentimento humano, perdido no processo. Como pano de fundo, a valorização da cultura, expressa no filme pela tecnologia e, principalmente, pela arquitetura.
5/5 - O Gabinete do Dr. Caligari (Das Kabinet des Dr. Caligari) / Robert Wiene / 1919 / 62 minutos / P&B
Considerado um marco do expressionismo no cinema, “O gabinete do Dr. Caligari” deu origem ao “caligarismo”, estilo que expõe as distorções que vêm de um extravasamento emocional. O filme inicia com a narração de um jovem sobre um estranho acontecimento ocorrido em sua pequena cidade natal envolvendo um médico (Caligari) que manipula as ações de um sonâmbulo (Cesare). O médico que trabalhava em um manicômio fica transtornado quando surge um sonâmbulo como paciente e resolve dar vazão a seu furor cientificista, testando se um sonâmbulo pode realmente ser manipulado a ponto de cometer atos atrozes, inclusive assassinato. O médico e o sonâmbulo se instalam em uma feira de atrações e instauram o pânico no local.
7/5 - O Golem (Golem) / Paul Wegener / 1920 / 68 minutos / P&B
Golem é um ser mítico da tradição judaica, que pode ser trazido à vida por meio de um processo mágico. O imperador de certo reino baixa um decreto contra os judeus, ordenando que eles deixem o reino urgentemente sob pena de serem severamente punidos. Uma espécie de rabino concebe em um ritual o ser de barro inanimado, o golem, um servo do povo judeu. O rabino controla a vida do golem retirando a estrela de Davi de seu peito, porém o monstro percebe isso e passa a proteger a estrela. O problema acontece quando o golem perde o controle, não aceitando mais seguir ordens alheias e vira uma ameaça ao povo judeu.
11/5 - Nosferatu / F. W. Murnau / 1922 / 94 minutos / P&B)
Nosferatu tornou-se um dos filmes mais influentes da história do cinema com uma fábula de terror baseada em uma adaptação não autorizada da famosa obra Drácula, de Bram Stoker. O filme narra a vida de um corretor de imóveis jovem e ambicioso que vende uma enorme e abandonada casa ao estranho Conde Orlock, um vampiro que tem como meta fazer como presa a esposa do corretor. Orlock sairá da Transilvânia para ser vizinho deles e conquistar de vez a mulher pretendida. Mas, no caminho entre a Transilvânia e a grande casa adquirida, Orlock deixa um rastro de destruição e morte, o que faz todos pensarem que se trata de uma nova peste que assola a região.
12/5 - As mãos de Orlac (Orlac) / Robert Wiene / 1924 / 110 minutos / P&B
Um pianista apaixonado pela esposa perde as mãos em um acidente e aceita participar de uma experiência de transplante de mão, a fim de poder retomar sua vitoriosa carreira como concertista. Tudo transcorre bem até que ele descobre que as mãos transplantadas eram de um assassino. O pianista fica então transtornado e passa a acreditar que está tendo os mesmos impulsos do antigo dono das mãos. A partir desse momento, inicia- se a loucura do personagem, perdido, enojado com suas mãos. Como tocar no corpo amado de sua esposa e nos teclados do piano com aquelas mãos maculadas pelo crime?
14/5 - O Gabinete das figuras de cera / Paul Leni / 1924 / 83 minutos / P&B
Um jovem é contratado por um museu de cera para escrever as histórias de três de seus personagens: o califa Haroun Al-Haschid; Ivan, O Terrível; e Jack, O Estripador. Os cenários tridimensionais do filme causam uma terrível estranheza no espectador, com o uso de espaços labirínticos, escadas tortuosas e irreais, de aparência disforme e claustrofóbica. O diretor Paul Leni cria um curioso paralelo entre as histórias narradas e o próprio cinema, ambos manipuladores de emoções, e, assim como a feira onde está instalado o museu de cera, pode ser uma diversão barata, escapista e ilusória.
18/5 - A última gargalhada (The Last Laugh) / F. W. Murnau / 1924 / 91 minutos / P&B
O velho porteiro de um elegante hotel alemão trabalha orgulhosa e dedicadamente, sendo seu uniforme um sinal de respeito para sua família, amigos e demais empregados do hotel. Mas o novo gerente acredita que ele está velho demais para carregar bagagens pesadas e exercer toda a rotina da portaria de um grande hotel, e o rebaixa a servente do banheiro masculino. Isso causa um efeito desastroso no prestígio do homem e na sua autoestima. Trata-se uma dolorosa tragédia alemã, em que o uniforme é um símbolo sagrado e quase faz as vezes de protagonista da história.
19/5 - Fausto (Faust) / F. W. Murnau, 1926, 118 minutos, P&B
Inspirado na famosa obra do escritor alemão Johan Wolfgang von Goethe, o Fausto de Murnau é um dos grandes fi lmes sobre a história de um velho cientista (Fausto) seduzido por Mefi stófeles (o demônio) para ter de volta a sua juventude. Fausto assina com o próprio sangue um contrato no qual seria um servo do diabo e não envelheceria durante um longo período de tempo. Em troca disso, ele deveria dar ao diabo a própria alma e seria levado ao inferno. Porém, o amor por uma mulher muda a rota dos acontecimentos, dando início a uma batalha entre a luz e as sombras.
21/5 - O homem que ri (The Man Who Laughs) / Paul Leni / 1928 / 110 minutos / P&B
Inspirado no romance homônimo do escritor francês Victor Hugo, o filme narra a história assustadora de Gwynplaine, o herdeiro de um ducado que fora sequestrado quando garoto e, por ordem do rei, desfigurado com um perpétuo riso forçado. Apesar de não ser um filme de terror, O homem que ri trata em especial da criação de um monstro. Durante o filme, esse personagem luta contra a própria imagem, já que um homem que aparenta estar rindo o tempo todo é inevitavelmente trágico. O personagem deformado pelo riso, vivido por Veidt, é acolhido por um filósofo e torna-se um artista mambembe.
Serviço:
O que: Mostra Sombras que Assombram – O Expressionismo no Cinema Alemão
Quando: Às segundas, quartas e sextas-feiras de maio (até 21/5)
Onde: Casa do Barão de Camocim (dia 4/5) e no Auditório da Vila das Artes
Horário: 18h30
Entrada franca
Vila das Artes apresenta mostra de cinema expressionista alemão
A Mostra Sombras que Assombram — O Expressionismo no Cinema Alemão acontece durante todo mês de maio
No mês de maio, a Vila das Artes, em parceria com o Sesc, realiza a Mostra Sombras que Assombram — O Expressionismo no Cinema Alemão. A abertura da Mostra será na segunda-feira (4), na Casa do Barão de Camocim, às 18h30. A mostra segue todas às segundas, terças e quintas-feiras, até o dia 21 de maio, sempre às 18h30, no Auditório da Vila.
Com exibição de nove filmes durante três semanas, a Mostra oferece a oportunidade de se conhecer o movimento expressionista no cinema, que teve seu auge em uma Alemanha arruinada pela Primeira Guerra Mundial e se caracterizou pelo uso de imagens fantásticas e assustadoras e ao mesmo tempo pela exposição de uma sociedade imersa em um cenário desolador e mecanicista.
O Expressionismo no Cinema Alemão trata-se do encontro da criatividade do artista com os seus impulsos emocionais e instintivos mais profundos, como misticismo, sobrevivência, sangue e morte.
Os filmes da década de 1920 espelham bastante a nebulosidade de seu tempo: os cenários, em especial das grandes obras, como “O gabinete do Dr. Caligari”, “O gabinete das figuras de cera”, “O golem” e “Nosferatu”, tendem à claustrofobia, têm pouca profundidade, são tortuosos e chegam a beirar o grotesco.
A Vila das Artes é um equipamento cultural da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura (Secultfor).
Programação:
4/5 - Metropolis / Fritz Lang / 1927, / 124 minutos / P&B
Obra-prima de Fritz Lang, reconhecido como um dos filmes-mudos mais importantes já lançados no cinema. A história se passa no século 21, numa grande cidade governada com mão de ferro por um poderoso empresário. Seus colaboradores são de classe alta e vivem em um lindo jardim, tal como Freder, único herdeiro do líder de Metropolis. Já os trabalhadores são escravizados pelas máquinas, e condenados a trabalhar e viver em galerias no subsolo da cidade. Entre os operários, destaca-se a jovem Maria, que conclama os trabalhadores a reivindicar seus direitos. Metropolis demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do sentimento humano, perdido no processo. Como pano de fundo, a valorização da cultura, expressa no filme pela tecnologia e, principalmente, pela arquitetura.
5/5 - O Gabinete do Dr. Caligari (Das Kabinet des Dr. Caligari) / Robert Wiene / 1919 / 62 minutos / P&B
Considerado um marco do expressionismo no cinema, “O gabinete do Dr. Caligari” deu origem ao “caligarismo”, estilo que expõe as distorções que vêm de um extravasamento emocional. O filme inicia com a narração de um jovem sobre um estranho acontecimento ocorrido em sua pequena cidade natal envolvendo um médico (Caligari) que manipula as ações de um sonâmbulo (Cesare). O médico que trabalhava em um manicômio fica transtornado quando surge um sonâmbulo como paciente e resolve dar vazão a seu furor cientificista, testando se um sonâmbulo pode realmente ser manipulado a ponto de cometer atos atrozes, inclusive assassinato. O médico e o sonâmbulo se instalam em uma feira de atrações e instauram o pânico no local.
7/5 - O Golem (Golem) / Paul Wegener / 1920 / 68 minutos / P&B
Golem é um ser mítico da tradição judaica, que pode ser trazido à vida por meio de um processo mágico. O imperador de certo reino baixa um decreto contra os judeus, ordenando que eles deixem o reino urgentemente sob pena de serem severamente punidos. Uma espécie de rabino concebe em um ritual o ser de barro inanimado, o golem, um servo do povo judeu. O rabino controla a vida do golem retirando a estrela de Davi de seu peito, porém o monstro percebe isso e passa a proteger a estrela. O problema acontece quando o golem perde o controle, não aceitando mais seguir ordens alheias e vira uma ameaça ao povo judeu.
11/5 - Nosferatu / F. W. Murnau / 1922 / 94 minutos / P&B)
Nosferatu tornou-se um dos filmes mais influentes da história do cinema com uma fábula de terror baseada em uma adaptação não autorizada da famosa obra Drácula, de Bram Stoker. O filme narra a vida de um corretor de imóveis jovem e ambicioso que vende uma enorme e abandonada casa ao estranho Conde Orlock, um vampiro que tem como meta fazer como presa a esposa do corretor. Orlock sairá da Transilvânia para ser vizinho deles e conquistar de vez a mulher pretendida. Mas, no caminho entre a Transilvânia e a grande casa adquirida, Orlock deixa um rastro de destruição e morte, o que faz todos pensarem que se trata de uma nova peste que assola a região.
12/5 - As mãos de Orlac (Orlac) / Robert Wiene / 1924 / 110 minutos / P&B
Um pianista apaixonado pela esposa perde as mãos em um acidente e aceita participar de uma experiência de transplante de mão, a fim de poder retomar sua vitoriosa carreira como concertista. Tudo transcorre bem até que ele descobre que as mãos transplantadas eram de um assassino. O pianista fica então transtornado e passa a acreditar que está tendo os mesmos impulsos do antigo dono das mãos. A partir desse momento, inicia- se a loucura do personagem, perdido, enojado com suas mãos. Como tocar no corpo amado de sua esposa e nos teclados do piano com aquelas mãos maculadas pelo crime?
14/5 - O Gabinete das figuras de cera / Paul Leni / 1924 / 83 minutos / P&B
Um jovem é contratado por um museu de cera para escrever as histórias de três de seus personagens: o califa Haroun Al-Haschid; Ivan, O Terrível; e Jack, O Estripador. Os cenários tridimensionais do filme causam uma terrível estranheza no espectador, com o uso de espaços labirínticos, escadas tortuosas e irreais, de aparência disforme e claustrofóbica. O diretor Paul Leni cria um curioso paralelo entre as histórias narradas e o próprio cinema, ambos manipuladores de emoções, e, assim como a feira onde está instalado o museu de cera, pode ser uma diversão barata, escapista e ilusória.
18/5 - A última gargalhada (The Last Laugh) / F. W. Murnau / 1924 / 91 minutos / P&B
O velho porteiro de um elegante hotel alemão trabalha orgulhosa e dedicadamente, sendo seu uniforme um sinal de respeito para sua família, amigos e demais empregados do hotel. Mas o novo gerente acredita que ele está velho demais para carregar bagagens pesadas e exercer toda a rotina da portaria de um grande hotel, e o rebaixa a servente do banheiro masculino. Isso causa um efeito desastroso no prestígio do homem e na sua autoestima. Trata-se uma dolorosa tragédia alemã, em que o uniforme é um símbolo sagrado e quase faz as vezes de protagonista da história.
19/5 - Fausto (Faust) / F. W. Murnau, 1926, 118 minutos, P&B
Inspirado na famosa obra do escritor alemão Johan Wolfgang von Goethe, o Fausto de Murnau é um dos grandes fi lmes sobre a história de um velho cientista (Fausto) seduzido por Mefi stófeles (o demônio) para ter de volta a sua juventude. Fausto assina com o próprio sangue um contrato no qual seria um servo do diabo e não envelheceria durante um longo período de tempo. Em troca disso, ele deveria dar ao diabo a própria alma e seria levado ao inferno. Porém, o amor por uma mulher muda a rota dos acontecimentos, dando início a uma batalha entre a luz e as sombras.
21/5 - O homem que ri (The Man Who Laughs) / Paul Leni / 1928 / 110 minutos / P&B
Inspirado no romance homônimo do escritor francês Victor Hugo, o filme narra a história assustadora de Gwynplaine, o herdeiro de um ducado que fora sequestrado quando garoto e, por ordem do rei, desfigurado com um perpétuo riso forçado. Apesar de não ser um filme de terror, O homem que ri trata em especial da criação de um monstro. Durante o filme, esse personagem luta contra a própria imagem, já que um homem que aparenta estar rindo o tempo todo é inevitavelmente trágico. O personagem deformado pelo riso, vivido por Veidt, é acolhido por um filósofo e torna-se um artista mambembe.
Serviço:
O que: Mostra Sombras que Assombram – O Expressionismo no Cinema Alemão
Quando: Às segundas, quartas e sextas-feiras de maio (até 21/5)
Onde: Casa do Barão de Camocim (dia 4/5) e no Auditório da Vila das Artes
Horário: 18h30
Entrada franca