A Prefeitura de Fortaleza promove, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o I Seminário em Segurança Alimentar e Nutricional nesta quinta-feira (02/02), na sede da Secretaria. O secretário da Saúde de Fortaleza, João Borges, participou da abertura do evento, voltado aos colaboradores da rede municipal da saúde e educação, e teve como tema a prevenção da obesidade infantil através do aleitamento materno.
“Não há vínculo maior e mais nutritivo para uma criança do que o aleitamento materno. Como pediatra, quando penso em nutrição, me vem logo à mente o aleitamento materno. Participei da implantação de dois bancos de leite, quando atuei no Hospital César Cals e no Hospital Albert Sabin, entendendo a importância de cuidar desse binômio”, ressalta o secretário.
Na abertura, esteviram presentes, além do secretário da Saúde, João Borges, o presidente da Fundação da Criança Cidadã (Funci), Iraguassú Filho, Simone Domingos, representante da Secretaria Municipal da Educação (SME), Fabiele Pessoa, representante da Coordenadoria da Primeira Infância, Erlemus Soares, coordenador da Rede de Atenção Primária à Saúde, e Anamaria Cavalcante, coordenadora de Ensino, Pesquisa e Projetos Especiais da SMS.
Considerando as mudanças nos estilos de vida, sobretudo da alimentação da população brasileira, e o crescente aumento dos desvios nutricionais, entre eles a obesidade, o seminário teve por objetivo compartilhar as experiências e os conhecimentos produzidos pelos profissionais e gestores das Unidades de Atenção Primária à Saúde e da Rede Hospitalar do Município. Com isso, o evento possibilitou a troca de saberes e práticas sobre aleitamento materno e segurança alimentar.
“É um grande paradoxo quando vemos que o Brasil voltou ao mapa da fome e, ao mesmo tempo, temos um grau acentuado de obesidade, e isso é decorrente da má alimentação. Isso nos mostra a necessidade de entender esse cenário, e esse momento de intersetorialidade com a educação, a primeira infância, o controle social e a saúde, é de grande importância”, afirma Iraguassú Filho, presidente da Funci.
Obesidade infantil
Em 2021, cerca de 46,5% das crianças de 0 a 5 anos atendidas na atenção básica de Fortaleza possuíam algum desvio nutricional, sendo quase a metade destas sobrepeso ou obesidade. “Nos últimos tempos, tem crescido o consumo dos alimentos industrializados e ultraprocessados, que são pobres em nutrientes naturais, em vitaminas, proteínas e fibras. Estamos desembalando mais embalagens e descascando menos frutas, quando deveria ser o oposto”, explica Mariana Albuquerque, nutricionista e assessora técnica da atenção primária.
I Mostra de Experiências Exitosas das Salas de Apoio à Mulher que Amamenta
Pesquisas indicam que o aleitamento materno é um aliado no pleno desenvolvimento da criança, evitando problemas bastante comuns nos primeiros anos de vida, como diarreia, alergias, doenças respiratórias e infecções, por exemplo. A longo prazo, o aleitamento materno evita também a obesidade infantil, quando o uso do leite materno é priorizado ao invés das fórmulas, que contêm uma quantidade de gordura maior.
Fortaleza conta com 21 Salas de Apoio à Mulher que Amamenta, sendo 15 em postos de saúde e outras quatro em maternidades, que contam com enfermeiros e técnicos de enfermagem capacitados para proporcionar um melhor acolhimento às mulheres, esclarecendo dúvidas e repassando orientações. Cada sala consegue captar entre quatro e cinco litros de leite humano por mês.
Durante a mostra, os profissionais das salas realizaram apresentações com iniciativas que realizam nesses espaços. De acordo com a assessora técnica da área da Saúde da Criança, Nivea Nóbrega, a mostra tem por objetivo aproximar o trabalho dos profissionais de diversas unidades, além de estimular o trabalho nas salas: “nós estamos dando visibilidade a esses trabalhos, trazendo uma troca de conhecimento e contagiando outras salas, inspirando mais profissionais”, afirma.