A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria Especial de Políticas sobre Drogas (CPDrogas), está realizando mais uma edição do projeto Redesenhando Histórias. Um grupo de usuários de álcool, crack e outras drogas, acompanhados pelos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) de Fortaleza visitaram, nesta sexta-feira (10/09), a Casa José de Alencar, acessando as áreas de exposição do centro cultural e realizando atividade de socialização ao ar livre.
O objetivo é a promoção de atividades de inserção social e cultural, estimulando o potencial destes indivíduos e favorecendo o processo de reabilitação psicossocial. Além disso, também é uma estratégia de redução de danos e cuidado no tratamento dos usuários a partir de espaços de convívio junto à sociedade, motivando-os para o enfrentamento da dependência química, bem como estimulando o bem-estar, a autoestima e a autonomia.
As visitas ocorrem semanalmente e também acontecem em outros espaços culturais da cidade, como o Museu do Ceará, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e o Museu da Fotografia, por exemplo. A iniciativa é uma intersetorialidade entre a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da célula de saúde mental, Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS)
Conforme a coordenadora do projeto, Andria Moreira, é contemplada uma média de 20 pessoas por cada unidade de Caps AD, sendo sete em toda a Capital. “Essas pessoas são estimuladas a conhecer espaços de arte e cultura, que não iriam conhecer a não ser por meio do projeto. As atividades dialogam com as oficinas terapêuticas que são realizadas nos Caps AD, onde desenvolvem habilidades de pintura, desenho, escultura, fotografia, dentre outros”, explicou.
O educador social Nito Bates detalhou que a atividade propicia a integração social dos participantes, pois também traz a discussão de temas de cunho social e ligados aos direitos humanos, como homofobia, transfobia e machismo.
“A arte entra no sentido de potencializar a comunicação e o entendimento sobre o posicionamento social de cada um. Conscientizamos sobre crenças enraizadas, e principalmente o machismo costuma ser bastante severo. Vamos ressignificar o que significa ser homem e a convivência com as diferenças”, disse.
Mais do que um passeio cultural, as atividades refletem na resiliência e na resistência de cada um dos participantes. O fotógrafo Grizar Júnior, que ingressou na rede de atenção psicossocial municipal há cerca de um mês, conta que há muita troca de experiência na ocasião. “Você acaba aprendendo muito, principalmente através do pessoal do Caps. Todo mundo está gostando, pois estamos saindo da rotina de nos reunirmos sempre no mesmo lugar”, afirmou.
Por sua vez, o professor Chales Matos, que utiliza os serviços do Caps há três anos e já completa um ano sem a ingestão de bebidas alcóolicas, comemorou o feito no próprio passeio. “Estou muito feliz por isso. Hoje é um dia que eu estaria bebendo, mas aqui a gente esquece. Nesse ambiente estamos brincando, conversando. Não é fácil, mas espero continuar bem daqui pra frente”, declarou.
Serviço
CPDrogas: acolhimento de usuários de drogas por meio de central telefônica
Contato: 0800.032.1472
Horário de funcionamento: 24 horas por dia