A Prefeitura de Fortaleza inaugurou, na noite desta quinta-feira (20/12), a quinta galeria do Projeto Museu Orgânico. Implantada, desta vez, Café Couture, a iniciativa contempla o campo da música e busca sistematizar o roteiro de espaços culturais da Capital. A ideia valoriza os palcos de produções intelectuais e fortalece, além da democratização da arte, a dinamização da memória local.
Ilustrando a diversidade musical de Fortaleza, o estabelecimento, instalado na Praia de Iracema, recebeu da Prefeitura um painel de 3m x 1,5m, composto por 50 fotos de compositores, músicos e intérpretes de reconhecido valor artístico-cultural para a música do Ceará. Na ocasião, a cantora Nayra Costa foi destaque. “Estou lisonjeada pela homenagem da Prefeitura e do Café Couture. Estar inclusa em um casting de artistas maravilhosos me deixa feliz e orgulhosa diante do reconhecimento do meu trabalho, das minhas interpretações e dos diversos estilos pelos quais passeei”, afirmou a artista.
Presente no evento, o coordenador de Comunicação Social da Prefeitura de Fortaleza e membro da curadoria do Projeto, Moacir Maia, reforçou o intuito da proposta. “A cidade de Fortaleza tem muitos espaços que possuem vida orgânica e dialogam com várias manifestações das linguagens culturais. Essa é uma tentativa do poder público de identificar esses lugares, sistematizar essa amostragem, roteirizar esses pontos e reconhecer, num diálogo com a Cidade, o que ela produz pela sua própria vitalidade cultural”, esclareceu.
A proprietária do Café Couture, Nélida Aires, justificou as razões que atribuem à Nayra Costa a homenagem. “Essa iniciativa é maravilhosa e me sinto muito honrada em participar dela. Sonhar um espaço cultural e retirá-lo do encantamento, na perspectiva da revitalização, não é tão fácil quanto se imagina. Por isso, quando surgiu a ideia de o Café Couture ser uma das galerias do Museu Orgânico, tendo Nayra Costa como destaque, foi motivo de alegria. Este espaço tem tudo a ver com ela. A gente abriu há dois anos, e ela fez shows e tributos incríveis. Não poderia ser outra pessoa além dela”, disse.
A quinta edição do projeto dá continuidade à ideia iniciada no Cantinho do Frango, em julho deste ano, celebrando a arte do cantor Rodger Rogério. Desde então, diversos lugares vêm sendo estrategicamente selecionados. A iniciativa está implantada, também, no Flórida Bar, no Bar do Mincharia e no Bar do Vaval, homenageando, respectivamente, Falcão, Evaldo Gouveia e Raimundo Fagner. No próximo sábado (22/12), o Açaí na Taipa será palco da sexta uma edição do Projeto e homenageará Belchior.
“Imagine a Cidade como um grande museu. Estão sendo selecionados lugares, identificados pela produção artística, cultural e intelectual, e cada um deles será uma galeria deste museu. Vamos contar a história da cultura através desses espaços”, explicou o arquiteto e um dos curadores do Projeto, Totonho Laprovitera.
Como são escolhidos os espaços
Os bares-galerias do Projeto Museu Orgânico são convidados pela Prefeitura de Fortaleza, atendendo o critério de distribuição espacial no território da Capital, contemplando as sete Regionais da Cidade, com a identificação desses espaços vivos de cultura.
Paralelamente à implantação das galerias com os painéis da linguagem MÚSICA, a Prefeitura de Fortaleza desenvolverá painéis, nos mesmos moldes e seguindo os mesmos critérios, para outras manifestações culturais, como teatro, literatura, fotografia, artes visuais, humor, esportes.
Curadoria do Museu Orgânico
As bases para a constituição e o funcionamento do Museu Orgânico, a escolha dos 50 nomes que integram o painel a ser multiplicado nos bares-galeria, bem como a seleção dos primeiros espaços foram desenvolvidas por um grupo de curadores indicados pelo gabinete do prefeito Roberto Cláudio, composto pelo jornalista Moacir Maia, coordenador de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Fortaleza; pelo arquiteto Totonho Laprovitera, representante da Secretaria Municipal do Turismo de Fortaleza; pelo escritor e produtor cultural, Jorge Pieiro, representante da Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza; e pelo jornalista, compositor e escritor Flávio Paiva, autor do livro-cd "Bulbrax – Sociomorfologia Cultural de Fortaleza".