26 de June de 2024 em Educação

Profissionais da Rede Municipal de Ensino protagonizam seminário sobre inclusão e diversidade

Terceira edição do Seminário Municipal em Diversidade e Inclusão Escolar encerrou nesta terça-feira (25/06), no Centro de Eventos


professora cadeirante fala no palco do centro de eventos
Uma das palestrantes do palco principal foi a professora Sue Ellen Guimarães, da Escola Municipal Raimundo de Moura Matos, no Passaré (Fotos: Alcides Freire)

Uma escola cada vez mais acolhedora e inclusiva se constrói a muitas mãos. Por compreender isso, a Prefeitura de Fortaleza busca trabalhar de braços dados ao time de profissionais da Rede Municipal de Ensino. Uma amostra desse trabalho coletivo é o 3º Seminário Municipal em Diversidade e Inclusão Escolar, que ocorreu nestas segunda e terça-feira (24 e 25/06), no Centro de Eventos. A iniciativa teve na plateia mais de 4,5 mil profissionais das escolas municipais, entre professores, assistentes, coordenadores pedagógicos, formadores, diretores e orientadores.

Os profissionais não só participaram dos debates, mas colaboraram desde a concepção do seminário. Nesta terceira edição, das 17 pessoas que foram convidadas para palestrar, 13 foram professores, diretores, alunos e familiares da Rede Municipal. Eles protagonizaram as atividades do evento, que incluíram palestras, mesas de relatos e diálogos temáticos para abordar práticas exitosas sobre inclusão na rotina escolar.

Uma das palestras do palco principal foi conduzida pela professora Sue Ellen Guimarães, da Escola Municipal Raimundo de Moura Matos, no Passaré. Mestra em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a educadora falou sobre “Inclusão e Representatividade na Educação Infantil: relatos de uma professora sobre rodas”. Para Sue Ellen, a participação é uma maneira de valorizar as práticas de professores que trabalham nas escolas.

“Quando falamos das nossas vivências, os colegas sabem e entendem porque estão inseridos na mesma realidade. Acho que há uma representatividade. O recado principal que quis passar através da minha experiência é que nós precisamos enxergar os alunos e todas as pessoas com deficiência por meio das suas potencialidades e não das limitações”, afirma a professora.

Outra atividade do evento foram as mesas de relatos com histórias de resiliência e superação, que teve como participante o diretor escolar Thiago Viana, da Escola de Tempo Integral (ETI) Maria da Hora, no Autran Nunes. Mestrando em Planejamento e Políticas Públicas, ele falou sobre gestão e a promoção da diversidade no ambiente escolar. “O diretor exerce liderança na escola. É necessário que ele se perceba como alguém que deve disseminar a cultura inclusiva e antirracista no cotidiano escolar. Quando o gestor compreende isso, essa cultura acontece com mais fluidez”, pontua.

As atividades do seminário foram planejadas para valorizar e reconhecer o trabalho de pessoas como o diretor Thiago e a professora Sue Ellen. “Convidamos esses profissionais porque são referência em nossa Rede de Ensino. Todos temos muito o que nos inspirar e aprender com eles. Como professora da Rede que sou, é uma honra observar todo o investimento crescente que Fortaleza tem feito nos últimos anos. Isso tem levado a Educação Inclusiva da Capital ao patamar de referência para o Brasil”, considera a coordenadora de Diversidade e Inclusão de Fortaleza, Mônica Costa.

Diálogos temáticos

Doutora em Educação, a professora da Rede Municipal Liliana Dantas
Doutora em Educação, a professora da Rede Municipal Liliana Dantas participou de um diálogo sobre práticas pedagógicas de inclusão para crianças com autismo

Nos dois de seminário, a programação incluiu 10 diálogos em salas temáticas sobre assuntos sugeridos pelos próprios professores da Rede Municipal. Entre os temas estavam alfabetização de estudantes com deficiências, equidade racial, importância da ambiência sensorial para a inclusão e diversidade sexual e identidade de gênero. Os diálogos foram mediados por convidados e educadores da Rede com expertise na área.

O diálogo sobre “Práticas pedagógicas de inclusão de estudantes com autismo na Educação Infantil” foi ministrado pela professora Liliana Dantas, do Centro de Educação Infantil (CEI) Jornalista Ivonete Maia, localizado no bairro Castelão. Mestra e doutora em Educação pela UFC no eixo escola e educação inclusiva, ela aproveitou o momento para trazer algumas experiências e sugestões de estratégias para promover o desenvolvimento e favorecer a aprendizagem das crianças com autismo.

“Essa temática é fundamental porque está no cotidiano de todos os professores. Acredito que a troca entre educadores da Rede passa credibilidade porque falamos de igual para igual. Dividimos os mesmos medos, angústias e desafios... Espero que o diálogo tenha inspirado os professores a desejarem estudar mais sobre o assunto, a refletirem o que tem feito em sala e pensar em outras possibilidades de atuação”, observa.

Interseccionalidade e educação

Na abertura dos dois dias, a programação iniciou com a palestra magna ministrada por Carla Akotirene, mestra e doutora em Estudos Feministas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Carla falou sobre “Interseccionalidade, educação e redução das desigualdades”. “Uma escola que promove a diversidade e inclusão é aquela comprometida em incorporar no currículo as contribuições do pensamento feminina negro, os ensinamentos de Paulo Freire e a importância da nossa luta contra o racismo”, destaca Carla.

Educação e inclusão em Fortaleza

A Rede de Ensino oferece aos alunos com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Altas Habilidades/Superdotação o pleno acesso à educação no âmbito da escola comum. Neste contexto, a Prefeitura organiza diferentes ações que englobam a implementação e a oferta de serviços para a Educação Inclusiva. Atualmente, de acordo com dados do Censo Escolar 2023, Fortaleza é a 3ª capital do Brasil e 1ª do Norte e Nordeste em matrículas na Educação Inclusiva.

Profissionais da Rede Municipal de Ensino protagonizam seminário sobre inclusão e diversidade

Terceira edição do Seminário Municipal em Diversidade e Inclusão Escolar encerrou nesta terça-feira (25/06), no Centro de Eventos

professora cadeirante fala no palco do centro de eventos
Uma das palestrantes do palco principal foi a professora Sue Ellen Guimarães, da Escola Municipal Raimundo de Moura Matos, no Passaré (Fotos: Alcides Freire)

Uma escola cada vez mais acolhedora e inclusiva se constrói a muitas mãos. Por compreender isso, a Prefeitura de Fortaleza busca trabalhar de braços dados ao time de profissionais da Rede Municipal de Ensino. Uma amostra desse trabalho coletivo é o 3º Seminário Municipal em Diversidade e Inclusão Escolar, que ocorreu nestas segunda e terça-feira (24 e 25/06), no Centro de Eventos. A iniciativa teve na plateia mais de 4,5 mil profissionais das escolas municipais, entre professores, assistentes, coordenadores pedagógicos, formadores, diretores e orientadores.

Os profissionais não só participaram dos debates, mas colaboraram desde a concepção do seminário. Nesta terceira edição, das 17 pessoas que foram convidadas para palestrar, 13 foram professores, diretores, alunos e familiares da Rede Municipal. Eles protagonizaram as atividades do evento, que incluíram palestras, mesas de relatos e diálogos temáticos para abordar práticas exitosas sobre inclusão na rotina escolar.

Uma das palestras do palco principal foi conduzida pela professora Sue Ellen Guimarães, da Escola Municipal Raimundo de Moura Matos, no Passaré. Mestra em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a educadora falou sobre “Inclusão e Representatividade na Educação Infantil: relatos de uma professora sobre rodas”. Para Sue Ellen, a participação é uma maneira de valorizar as práticas de professores que trabalham nas escolas.

“Quando falamos das nossas vivências, os colegas sabem e entendem porque estão inseridos na mesma realidade. Acho que há uma representatividade. O recado principal que quis passar através da minha experiência é que nós precisamos enxergar os alunos e todas as pessoas com deficiência por meio das suas potencialidades e não das limitações”, afirma a professora.

Outra atividade do evento foram as mesas de relatos com histórias de resiliência e superação, que teve como participante o diretor escolar Thiago Viana, da Escola de Tempo Integral (ETI) Maria da Hora, no Autran Nunes. Mestrando em Planejamento e Políticas Públicas, ele falou sobre gestão e a promoção da diversidade no ambiente escolar. “O diretor exerce liderança na escola. É necessário que ele se perceba como alguém que deve disseminar a cultura inclusiva e antirracista no cotidiano escolar. Quando o gestor compreende isso, essa cultura acontece com mais fluidez”, pontua.

As atividades do seminário foram planejadas para valorizar e reconhecer o trabalho de pessoas como o diretor Thiago e a professora Sue Ellen. “Convidamos esses profissionais porque são referência em nossa Rede de Ensino. Todos temos muito o que nos inspirar e aprender com eles. Como professora da Rede que sou, é uma honra observar todo o investimento crescente que Fortaleza tem feito nos últimos anos. Isso tem levado a Educação Inclusiva da Capital ao patamar de referência para o Brasil”, considera a coordenadora de Diversidade e Inclusão de Fortaleza, Mônica Costa.

Diálogos temáticos

Doutora em Educação, a professora da Rede Municipal Liliana Dantas
Doutora em Educação, a professora da Rede Municipal Liliana Dantas participou de um diálogo sobre práticas pedagógicas de inclusão para crianças com autismo

Nos dois de seminário, a programação incluiu 10 diálogos em salas temáticas sobre assuntos sugeridos pelos próprios professores da Rede Municipal. Entre os temas estavam alfabetização de estudantes com deficiências, equidade racial, importância da ambiência sensorial para a inclusão e diversidade sexual e identidade de gênero. Os diálogos foram mediados por convidados e educadores da Rede com expertise na área.

O diálogo sobre “Práticas pedagógicas de inclusão de estudantes com autismo na Educação Infantil” foi ministrado pela professora Liliana Dantas, do Centro de Educação Infantil (CEI) Jornalista Ivonete Maia, localizado no bairro Castelão. Mestra e doutora em Educação pela UFC no eixo escola e educação inclusiva, ela aproveitou o momento para trazer algumas experiências e sugestões de estratégias para promover o desenvolvimento e favorecer a aprendizagem das crianças com autismo.

“Essa temática é fundamental porque está no cotidiano de todos os professores. Acredito que a troca entre educadores da Rede passa credibilidade porque falamos de igual para igual. Dividimos os mesmos medos, angústias e desafios... Espero que o diálogo tenha inspirado os professores a desejarem estudar mais sobre o assunto, a refletirem o que tem feito em sala e pensar em outras possibilidades de atuação”, observa.

Interseccionalidade e educação

Na abertura dos dois dias, a programação iniciou com a palestra magna ministrada por Carla Akotirene, mestra e doutora em Estudos Feministas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Carla falou sobre “Interseccionalidade, educação e redução das desigualdades”. “Uma escola que promove a diversidade e inclusão é aquela comprometida em incorporar no currículo as contribuições do pensamento feminina negro, os ensinamentos de Paulo Freire e a importância da nossa luta contra o racismo”, destaca Carla.

Educação e inclusão em Fortaleza

A Rede de Ensino oferece aos alunos com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Altas Habilidades/Superdotação o pleno acesso à educação no âmbito da escola comum. Neste contexto, a Prefeitura organiza diferentes ações que englobam a implementação e a oferta de serviços para a Educação Inclusiva. Atualmente, de acordo com dados do Censo Escolar 2023, Fortaleza é a 3ª capital do Brasil e 1ª do Norte e Nordeste em matrículas na Educação Inclusiva.