Três produções de alunos da Rede Cuca participam do projeto “Sons do Ceará”, iniciativa do Cineteatro São Luiz para exibir videoclipes de artistas e realizadores cearenses na tela do cine São Luiz e em suas plataformas digitais.
O videoclipes “Toooodo Dia”, de Val e o Paraíso, foi realizado pela turma do curso on-line Produção de Videoclipe: Conceito e História, na Rede Cuca, com o duo cearense formado pela atriz e cantora Nicoly Mota e pelo músico e multi-instrumentista Hierro. “Peita da 4town”, com Grow, Kkrt e Farell, e “Corre de Beco”, de Farell X Grow X Lk X Zetsu têm fotografia de Ozéias Araújo (24), aluno dos cursos de fotografia do Cuca Barra.
As produções são destaques no uso da linguagem audiovisual. “Toooodo Dia”, feito em casa durante a pandemia em 2020, mistura um pouco das décadas que antecedem os anos 2000. Com muitos filtros, efeitos vintage, influências de produções oitentistas e referências da moda dos anos 1990. O videoclipe é divertido e dialoga com a mistura musical de pop da década de 1980, vaporwave, funk brasileiro do começo do século e misturas da música latino-americana.
Nicoly Mota e Hierro, integrantes do duo Val e o Paraíso, relembram o convite que receberam de uma amigo que estava participando do curso e a surpresa quando viram o resultado da produção. O duo ainda diz ter ficado feliz com a participação da produção no projeto do Cineteatro São Luiz e que deu visibilidade para o pouco tempo de carreira. “Foi inesperado ter sido selecionado para o 'Sons do Ceará'. Eu lembro o convite da Zoraia mas eu não sabia direito o que era. Daí quando vimos no site ficamos surpresos e felizes. Querendo ou não tem uma visibilidade boa com o pouco tempo que a gente tem de carreira. Muita gente gostou de ter visto rolar”.
Cheio de referências ao cotidiano e realidade das comunidades periféricas, rimas, batidas frenéticas e sombrias, “Peita da 4town” e “Corre de Beco” conseguem traduzir bem suas batidas na linguagem audiovisual. A montagem do videoclipe dá movimento à sonoridade com o uso de sobreposições, ritmo e perspectiva de imagens, cenários, filtros e transições. Esses aspectos dialogam de forma harmônica com as músicas. A produção consegue te levar e prender tão facilmente quanto a letra conta realidades.
Para traduzir bem o cotidiano e momento retratado, Ozéias, explica como foi a produção e realização. “O clipe foi gravado como se fosse um rolê de amigos, marcamos um dia, fizemos um churrasco e ficamos curtindo enquanto era gravado. O Guilherme Carvalho, diretor dos clipes, ficava direcionando os MCs e eu ficava fotografando as cenas".