No Dia Internacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, celebrado nesta terça-feira (25/11), a Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos (SCDH), realizou um dia de ações educativas e informativas de prevenção à violência contra as mulheres no Shopping Benfica.

Pela manhã, mais de 160 mulheres participaram de Cine Debate com exibição do filme Nunca Mais e palestra sobre os Impactos da Violência Psicológica para as Mulheres. O evento, organizado pela Coordenadoria de Políticas para as Mulheres, contou com apoio do Instituto Maria da Penha, Observatório da Violência Contra a Mulher (Observem) e do Conselho Regional de Psicologia.

Participaram da palestra Márcia Aires, titular da Coordenadoria das Mulheres; Larissa Gaspar, assessora especial da SCDH; Paula Frota, coordenadora do Observem; Maria da Penha e o psicólogo Diego Mendonça Viana.

Na palestra, Diego Viana retratou a violência psicológica. “Está intimamente articulada com outras violências e, por isso, é difícil de categorizar. A denúncia é um passo importante, mas para enfrentar o problema é necessário procurar acolhimento na rede de proteção às mulheres. Essa atitude será determinante para mudar a situação. Hoje, a violência não é apenas doméstica, privada, mas comunitária. Se a prevenção é o caminho, nosso principal desafio é educacional, começando na escola”, destacou o psicólogo.

Maria da Penha, que lutou para seu agressor ser condenado e deu nome à Lei 11.340, lidera movimentos de defesa dos direitos das mulheres. No evento, ela abordou o enfrentamento à violência como uma luta diária. “Temos muito o que conquistar, mas a sensibilização da Lei Maria da Penha deve ser constante. Lutamos para aumentar o número de Delegacias da Mulher. Hoje, em Fortaleza, temos apenas uma delegacia, que registra o maior número de boletins de ocorrência”, disse. Ela destacou, ainda, o aumento da violência doméstica.  Em oito meses, foram registrados 7.904 casos. Número que, segundo ela, é pequeno, já que muitas mulheres temem denunciar o agressor.

Márcia Aires, titular da Coordenadoria das Mulheres, falou sobre a importância da campanha “Fortaleza diz não à violência contra a mulher”, e destacou que a violência psicológica corresponde a 30% dos casos registrados no Disque 180, perdendo apenas para violência física. “Neste mês de novembro, procuramos sensibilizar as mulheres em blitze nos terminais, caminhadas nas comunidades e oficinas socioeducativas. Essas ações são importantes para divulgarmos os equipamentos da Prefeitura de Fortaleza. Temos serviços do CRM Francisca Clotilde e da Casa Abrigo Margarida Alves, especializados no atendimento às mulheres em situação de violência”, explicou.