A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria de Saúde (SMS), lançou, nesta sexta-feira (22/11), a Operação Inverno 2024/2025. A ação, que antecede a quadra chuvosa, atuará de novembro a fevereiro e tem como objetivo combater o aumento de casos de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Neste ano, a iniciativa completa nove anos de atuação e a capital cearense está há 12 anos sem epidemias de dengue.
“A Operação Inverno é uma ação que já está sendo realizada pelo nono ano consecutivo, desde 2015. E qual é o objetivo dessa ação? Antecipar-se ao período da chuva e às doenças que podem surgir, como dengue, zika e chikungunya, que são doenças sazonais e ocorrem com maior frequência em determinados períodos do ano. Consequentemente, no período de chuvas, aqui no Nordeste, em Fortaleza, o índice pluviométrico aumenta de março a junho, período em que os casos também tendem a aumentar”, detalhou Noélio Rodrigues, coordenador de Vigilância e Saúde.
O coordenador explicou que a iniciativa engloba diversas ações para o diagnóstico nas residências. De acordo com ele, o primeiro passo da operação é o planejamento, que consiste em uma filtragem para localizar os bairros com maior número de casos das doenças. Os bairros Alto da Balança, São João do Tauape e Aerolândia, que apresentam neste ano alto índice de infestação do Aedes aegypti, serão os primeiros a receber as intervenções.
Após essa identificação, os agentes comunitários de endemias (ACE) visitarão os imóveis nos bairros identificados como focos da doença. A partir do diagnóstico feito, os profissionais orientarão os moradores sobre as possíveis irregularidades e riscos, como recipientes com água parada, a limpeza de ralos, canaletas e outros escoamentos de água, além de pneus armazenados de forma inadequada, entre outros. Caso necessário, um agente será acionado para aplicar larvicida biológico nos focos de água para auxiliar na prevenção.
“Neste ano, para a operação de 2025, identificamos 48 bairros na cidade de Fortaleza. Por isso, a operação começa hoje aqui na Aerolândia e Alto da Balança. Estamos com 353 agentes de endemias para visitar essas casas. Vamos atingir, possivelmente, cerca de 13 mil imóveis e proteger mais de 20 mil pessoas dessa região. Por isso, essa operação é estratégica e responde de forma eficaz, em conjunto com outras atividades. Fortaleza está há 12 anos sem epidemias de dengue”, afirmou Noélio.
Daniel Santiago, agente de endemia, explicou que a colaboração da população é essencial para que a prevenção seja eficaz. “Quando chegamos a um imóvel, a primeira coisa que fazemos é repassar as orientações ao dono da casa, principalmente sobre a parte externa da residência. Ao observar o quintal, orientamos sobre qualquer irregularidade que encontramos. Quem combate a dengue não somos nós, é a população. Se todo mundo dedicar 15 minutos do seu dia para fazer esse trabalho, podemos quase eliminar 100% dos casos.”
Laércio Rodrigues contraiu dengue há dois anos e, desde então, sempre aproveita as visitas para verificar a situação de seu quintal. Morador do bairro Aerolândia há 15 anos, o metalúrgico conta que sua preocupação aumentou depois do nascimento de sua neta, Malu, de oito meses. “Desde que tive dengue, cuido do meu quintal, principalmente por causa da minha netinha. Iniciativas como essa são muito boas para nos auxiliar com os cuidados”, disse.
O marceneiro Alencar Pereira sofre até hoje com as sequelas da chikungunya que contraiu há cinco anos. Após o caso, Alencar sempre mantém sua casa em ordem e se tornou um agente voluntário. “Essas visitas são importantes porque nos sentimos mais seguros e sem medo de pegar a doença novamente. Até hoje, sinto dores da chikungunya.”
Operação Inverno
Fruto de reuniões intersetoriais realizadas desde 2015, a Operação Inverno busca enfrentar as arboviroses por múltiplas frentes, com a colaboração de diversos órgãos públicos municipais. As ações se concentram em bairros com maior incidência das doenças e vão além da eliminação dos criadouros tradicionais, como recipientes descartáveis expostos ao ambiente, ampliando o controle para locais de maior risco de infestação do mosquito.