A Prefeitura de Fortaleza realizou, na manhã desta quinta-feira (14/11), o mutirão municipal de combate às arboviroses, no bairro Bom Jardim (Regional V). A ação faz parte da Operação Inverno 2020, definida pelo Comitê Intersetorial de Combate às Arboviroses. As atividades seguem até dezembro deste ano, período que antecede a quadra chuvosa e têm como objetivo intensificar a prevenção e o controle de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Para bater a meta de visitar, só nesta manhã, 12.500 domicílios, 1.200 profissionais da Coordenadoria de Vigilância Ambiental de Fortaleza foram colocados à disposição para orientar a população e eliminar potenciais criadouros do mosquito. "Nossa maior preocupação é eliminar objetos indevidos nas áreas externas, terrenos baldios, bolsões de lixo, sobretudo, no quintal da casa das pessoas. Um simples recipiente pequeno ou um pneu merece muita atenção. Porque é lá onde o Aedes aegypti põe os ovos que, entrando em contato com a água limpa, transformam-se em larvas. Atentamos também para quem tem o hábito de juntar a água da chuva. Já encontramos relatos como este associados a pessoas que tiveram a Chikungunya, por exemplo", relatou Nélio Morais, titular da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVIS).
Ouça o depoimento de Nélio Morais, titular da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVIS):
A operação é realizada em quadras com maior índice de infestação do Aedes aegypti. Os agentes do Núcleo de Educação em Saúde e Mobilização Social (NESMS) abordam moradores de imóveis e fornecem sacos plásticos para recolhimento de material reciclável que possa ser criadouro do mosquito. Segundo Afonso Barbosa, superintendente de Endemias, o Bom Jardim é um dos bairros de grande preocupação epidemiológica, o segundo em maior transmissão de dengue e o primeiro em Chikungunya. Por isso, é preciso fortalecer o diálogo com a população. "Nossa abordagem com a população é no sentido de compartilhar esse enfrentamento. A Prefeitura tem sua responsabilidade, mas isso não exclui a da população. Estamos na perspectiva de dialogar, orientar e utilizar esse período de final de ano para conscientizar os fortalezenses sobre as correções que precisam ser feitas", comentou.
Uma das casas visitadas foi a da dona Idelzuíte Evangelista, aposentada de 66 anos. Para ela, é preciso se preparar para este momento que antecede o período da quadra chuvosa e evitar as temidas doenças que já afetaram pessoas de sua família. "Minha nora já teve as duas, dengue e Chikungunya. Ela sente dores nos ossos até hoje. Por isso é bom ter essas visitas. Eu sempre aumento os cuidados, limpo a casa e o quintal todos os dias. Graças a Deus eu nunca peguei a dengue", disse.
Até novembro, a Operação Inverno 2020 já soma 412.995 imóveis visitados. Três bairros já receberam o mutirão: Mondubim, Serrinha e Bom Jardim. Até dezembro, estão previstas ainda duas outras ações nos bairros com maior histórico de casos de arboviroses: Jangurussu (29/11) e Centro (06/12). Desta forma, o intuito é reduzir o índice de doenças e sensibilizar a população sobre as práticas preventivas a serem adotadas para as medidas de controle.
Ação social
Durante o mutirão, a população do bairro Bom Jardim também teve acesso a uma série de serviços como corte de cabelo, vacinação, aferição de pressão arterial, teste de glicemia, entre outros. Cães e gatos receberam vacinação antirrábica, teste de Calazar e distribuição de amostras de ração. A ação social contou com a parceria das secretarias municipais de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Saúde (SMS), Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), Regional V e da Agência de Fiscalização de Fortaleza (AGEFIS). "Nosso objetivo é conseguir controlar o aumento das arboviroses. A gente consegue fazer o trabalho educativo por meio da população, do envolvimento dela. A comunidade abraçou a causa e os casos diminuíram", afirmou Ricardo dos Santos, coordenador do Núcleo de Educação em Saúde e Mobilização Social (Nesms).
Uma unidade móvel da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) prestou atendimento por meio da emissão de Bilhete Único, o serviço mais procurado, segundo Nayana Pires, articuladora da unidade. "É muito cômodo. O ônibus está na porta da casa servindo à comunidade. E é simples de tirar o Bilhete. Só precisa de RG, CPF, comprovante de residência. O atendimento é rápido, de cinco a dez minutos", disse.