12 de April de 2023 em Fortaleza

Medalha Iracema: Maria Luíza Fontenele e o ativismo aguerrido da primeira mulher eleita para comandar uma capital do Brasil

Também serão agraciados com a comenda Preto Zezé, Luma Andrade, Tasso Jereissati e Descartes Gadelha


Maria Luiza Fontenele
Maria Luíza conta que a vontade de questionar vem desde cedo, ainda da vida na fazenda no interior do Ceará e da rotina no internato de freiras (Foto: Assembleia Legislativa)

Natural do Quixadá, Maria Luíza Fontenele possui uma vida marcada pelo ativismo político e social. Vinda de uma família grande, com sete irmãos, Maria Luíza conta que a vontade de questionar vem desde cedo, ainda da vida na fazenda no interior do Ceará e da rotina no internato de freiras, onde paquerar e participar de brincadeiras com meninos ainda era considerado tabu.

Maria Luzia, com 15 anos, partiu para Fortaleza com o intuito de estudar no Liceu do Ceará e, a partir da convivência com diferentes realidades sociais e observando a desigualdade social na Capital, principalmente no bairro Pirambu, surgiu ativismo político mais visceral. “Eu cheguei para o meu pai e disse: ‘papai, não sou mais a favor da propriedade privada, acho que o povo precisa ter terra para morar’. Ele achou legal e não me questionou. Essa luta pela terra foi muito impactante na minha vida”, conta.

O apoio às lutas das comunidades carentes cresceu durante o período universitário, em que se graduou em Serviço Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Posteriormente, obteve mestrado em Sociologia pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos.

De volta ao Brasil, Maria Luiza foi eleita deputada estadual e participou da luta pelo fim da ditadura militar atuando, com notoriedade, no Movimento Feminino pela Anistia. Com a redemocratização do país e com a primeira eleição em sufrágio universal para municípios em mais de vinte anos, Maria Luíza foi eleita prefeita de Fortaleza em 1985.

Em 1990, Fontenele foi eleita deputada federal. Durante seu mandato participou, no Congresso Nacional, da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Também integrou a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a prostituição infantil no Brasil. Saindo da política eleitoral, retornou à Fortaleza para voltar a fazer política de base e participar de movimentos sociais, fundando, junto com a ativista Rosa da Fonseca, o Movimento Crítica Radical.

Sobre a Medalha Iracema

A celebração de entrega da Medalha Iracema faz parte do aniversário de 297 anos de Fortaleza. A medalha é a maior comenda do Poder Executivo Municipal, e homenageia personalidades que contribuíram em sua área de atuação profissional para o desenvolvimento da riqueza cultural e histórica da Capital.

Esta é a sexta vez que a Prefeitura concede a outorga. Este ano, a Medalha Iracema celebra a diversidade e pluralidade do povo fortalezense, homenageando personalidades de diferentes etnias, orientações sexuais e atividades sociais. Serão agraciados o senador Tasso Jereissati, a professora Luma Andrade, o presidente da Central Única das Favelas (Cufa) Preto Zezé, o artista Descartes Gadelha e a ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenele.

Medalha Iracema: Maria Luíza Fontenele e o ativismo aguerrido da primeira mulher eleita para comandar uma capital do Brasil

Também serão agraciados com a comenda Preto Zezé, Luma Andrade, Tasso Jereissati e Descartes Gadelha

Maria Luiza Fontenele
Maria Luíza conta que a vontade de questionar vem desde cedo, ainda da vida na fazenda no interior do Ceará e da rotina no internato de freiras (Foto: Assembleia Legislativa)

Natural do Quixadá, Maria Luíza Fontenele possui uma vida marcada pelo ativismo político e social. Vinda de uma família grande, com sete irmãos, Maria Luíza conta que a vontade de questionar vem desde cedo, ainda da vida na fazenda no interior do Ceará e da rotina no internato de freiras, onde paquerar e participar de brincadeiras com meninos ainda era considerado tabu.

Maria Luzia, com 15 anos, partiu para Fortaleza com o intuito de estudar no Liceu do Ceará e, a partir da convivência com diferentes realidades sociais e observando a desigualdade social na Capital, principalmente no bairro Pirambu, surgiu ativismo político mais visceral. “Eu cheguei para o meu pai e disse: ‘papai, não sou mais a favor da propriedade privada, acho que o povo precisa ter terra para morar’. Ele achou legal e não me questionou. Essa luta pela terra foi muito impactante na minha vida”, conta.

O apoio às lutas das comunidades carentes cresceu durante o período universitário, em que se graduou em Serviço Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Posteriormente, obteve mestrado em Sociologia pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos.

De volta ao Brasil, Maria Luiza foi eleita deputada estadual e participou da luta pelo fim da ditadura militar atuando, com notoriedade, no Movimento Feminino pela Anistia. Com a redemocratização do país e com a primeira eleição em sufrágio universal para municípios em mais de vinte anos, Maria Luíza foi eleita prefeita de Fortaleza em 1985.

Em 1990, Fontenele foi eleita deputada federal. Durante seu mandato participou, no Congresso Nacional, da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Também integrou a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a prostituição infantil no Brasil. Saindo da política eleitoral, retornou à Fortaleza para voltar a fazer política de base e participar de movimentos sociais, fundando, junto com a ativista Rosa da Fonseca, o Movimento Crítica Radical.

Sobre a Medalha Iracema

A celebração de entrega da Medalha Iracema faz parte do aniversário de 297 anos de Fortaleza. A medalha é a maior comenda do Poder Executivo Municipal, e homenageia personalidades que contribuíram em sua área de atuação profissional para o desenvolvimento da riqueza cultural e histórica da Capital.

Esta é a sexta vez que a Prefeitura concede a outorga. Este ano, a Medalha Iracema celebra a diversidade e pluralidade do povo fortalezense, homenageando personalidades de diferentes etnias, orientações sexuais e atividades sociais. Serão agraciados o senador Tasso Jereissati, a professora Luma Andrade, o presidente da Central Única das Favelas (Cufa) Preto Zezé, o artista Descartes Gadelha e a ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenele.