Fortaleza vai ampliar as políticas de saúde e qualidade de vida em parceria com as organizações internacionais Bloomberg Philanthropies e Vital Strategies. A medida foi anunciada durante a terceira edição do encontro Parceria para Cidades Saudáveis, realizado em Paris, promovido pelas duas instituições, além da Organização Mundial de Saúde. A vice-prefeita Gabriella Aguiar comandou a comitiva técnica da capital que viajou a convite da organização, representando o prefeito Evandro Leitão.

“Foi um momento muito rico, de troca de conhecimento com iniciativas importantes sendo aplicadas em todo o mundo”, afirmou a vice-prefeita. Em mensagem enviada especialmente para o encontro, Evandro Leitão destacou a importância de reforçar as ações para a melhoria da qualidade de vida para a cidade. “Agradeço a Bloomberg Philanthropies e a Vital Strategies pela parceria. Nossa ideia é tornar Fortaleza uma referência mundial em sustentabilidade e boas práticas aplicadas à saúde”, anunciou Evandro.

Neste momento, Fortaleza inicia dois projetos para ampliar a parceria, ambos com suporte internacional de US$ 50 mil para o desenvolvimento. Um deles é realizado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento (Ipplan) e foca nos efeitos do calor urbano na saúde, triangulando dados e doenças agravadas pelo aumento de temperatura na cidade.

Outra iniciativa é promovida pela Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova), com informações da Secretaria Municipal da Saúde, relacionando fatores de risco com doenças não-transmissíveis, como diabetes, doenças respiratórias, Acidente Vascular Cerebral e câncer de pulmão. Os dados constarão em um dashboard com acesso aberto e vão auxiliar a gestão a priorizar ações em bairros com os maiores índices de doenças respiratórias, por exemplo.

Qualidade do ar

Entre as medidas anunciadas pelo prefeito Evandro Leitão, está a ampliação dos monitores de controle de qualidade do ar distribuídos pela cidade, de 30 para 50, em especial pela periferia; além da ampliação do escopo do decreto municipal que trata do monitoramento do ar e da inserção do tema na revisão do Plano Diretor.

O monitoramento de qualidade é realizado por equipamentos de baixo custo desenvolvidos na Universidade Federal do Ceará, através do Laboratório de Transporte e Meio Ambiente. Eles verificam a concentração de poluentes no ar, como monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio, e, com isso, auxiliam nas decisões sobre as políticas públicas para as áreas com os piores índices. O projeto foi enaltecido durante o encontro em Paris, recebendo recursos de US$ 250 mil.

O prefeito reforçou ainda as ações para ampliar alternativas de locomoção urbana, o fomento às energias renováveis e hidrogênio verde, além do objetivo de plantar 100 mil árvores na cidade ao longo dos próximos anos. “Todas as iniciativas precisam estar integradas”, salientou.

Encontros bilaterais

A comitiva de Fortaleza foi composta, além da vice-prefeita, pelos secretários João Bosco Monte (Relações Internacionais e Institucionais), Odilon Aguiar (Citinova) e Artur Bruno (Ipplan), além dos técnicos Dalila Menezes e Cassiano Demostenis.

O momento serviu para a realização de reuniões com as entidades organizadoras, prospectando novos projetos, além de encontros bilaterais com representantes de diversas cidades do mundo, como Córdoba, na Argentina, e Cali, na Colômbia, sobre alimentação saudável nas escolas; Barcelona, na Espanha, acerca do controle de calor; Tóquio, no Japão, a respeito do controle de gases poluentes; e Istambul, na Turquia, sobre inovações tecnológicas, entre outras.