Referência em mobilidade urbana e segurança viária, Fortaleza recebeu, nesta terça-feira (03/10), a visita de técnicos do Equador e de outras cidades brasileiras apoiadas pela Global Designing Cities Initiative (GDCI), uma das organizações de design urbano mais influentes do mundo. A Capital alcançou no ano passado a oitava redução consecutiva de mortes no trânsito pelas intervenções realizadas no âmbito da engenharia, educação e fiscalização.
Em reunião na sede da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), o superintendente do órgão, Antônio Ferreira, destacou para o grupo de engenheiros e arquitetos os avanços obtidos. "Uma cidade que prioriza as pessoas, estimulando a ocupação dos espaços públicos e o cuidado do maior com o menor, é exemplo. Tudo o que fazemos é pensando em garantir um ir e vir seguro aos usuários mais frágeis no trânsito, como pedestres e ciclistas. É preciso inverter a lógica da priorização dos automóveis, incentivando a caminhabilidade, a bicicleta e o transporte público", reforça o gestor.
Exemplificando os projetos voltados a quem anda de bicicleta, foram apresentadas ações do novo programa de ciclomobilidade de Fortaleza, o Pedala Mais, que tem como meta dobrar o número de usuários deste modo de transporte na Capital em dez anos por meio de investimentos em manutenção, expansão e melhoria da infraestrutura cicloviária. Hoje, já são cerca de 428.8 km de ciclofaixas, ciclovias e ciclorrotas espalhadas por todas as regionais.
Além das medidas voltadas aos ciclistas, outro ponto citado foi a política de readequação da velocidade em ruas e avenidas de Fortaleza que já reduziu em 68,1% o quantitativo de acidentes fatais. "O excesso de velocidade é uma das infrações mais cometidas pelos motoristas cearenses e é o principal fator de risco para gravidade de um sinistro. Fomos pioneiros em readequar e estimular um comportamento mais seguro do condutor, que hoje já compreende que um ajuste de 10 quilômetros não impacta no tempo de viagem, mas faz total diferença na preservação de vidas", explica Ferreira.
Transformação
Alinhada com a Política Nacional de Mobilidade Urbana, a Prefeitura de Fortaleza abraçou desde 2014 um compromisso de desenvolver ações de priorização dos modos de transportes não motorizados com o objetivo de reduzir mortos e feridos no trânsito. De lá pra cá, a cidade está moldando um futuro mais seguro nas suas ruas através de desenho urbano, regulamentação de velocidades adequadas, implantação de infraestruturas seguras, educação e fiscalização preventiva norteada por dados e evidências.
Para consolidar a política pública que contribui com a redução do número de mortes no trânsito de Fortaleza, foi sancionada na gestão do prefeito Sarto a Lei que cria o Plano Municipal de Segurança no Trânsito. O documento estabelece as diretrizes de prevenção a acidentes, asegura que os avanços obtidos sejam continuados e a taxa de óbitos caia pela metade no prazo de dez anos.