Há dois anos, em 18 de janeiro de 2021, Fortaleza recebia e iniciava a aplicação das primeiras doses da vacina contra a Covid-19. Um momento histórico para a quinta maior capital brasileira, que, naquele período, acumulava mais de 98 mil casos confirmados da doença e se aproximava dos 5 mil óbitos. Nesses 24 meses, Fortaleza avançou e renovou constantemente suas estratégias para alcançar uma maior cobertura vacinal, alcançando mais de 7 milhões de doses aplicadas.
Conforme o titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), João Borges, vencer a Covid-19 é o objetivo maior da saúde pública na atualidade. Nesse sentido, ele apela para que a população complete seu esquema vacinal. “Vencer esta guerra é o objetivo maior, neste momento, para a saúde pública. Aplicamos mais de 7 milhões de doses e isso nos deixa com certa tranquilidade para avaliarmos como vamos ainda vencer a guerra final, contra este vírus estamos apenas vencendo batalhas. Neste contexto, chamamos a população para que compareçam aos postos de saúde, pois existe uma rede toda à disposição para se vacinar”, reforça.
O secretário enfatiza, ainda, o papel primordial das equipes de saúde que estão atuando incansavelmente, ao longo destes dois anos, na campanha de vacinação contra a doença. “Não podemos deixar de agradecer aos profissionais da SMS e da Prefeitura de uma forma geral que se engajaram nesta luta e fizeram acontecer”, celebra João Borges.
Força e resiliência das equipes
Entre esses profissionais está a enfermeira Bruna Osterno, que atua na vacinação desde a chegada das primeiras doses contra a Covid-19 na Capital e relembra, emocionada, o início da campanha. “Eu e meus amigos profissionais tivemos que ter muita força e resiliência para lidar com os anseios e angústias das pessoas que vinham em busca da vacina naquele momento”, recorda.
“Era comovente quando víamos pessoas indo se vacinar com blusas que continham fotos de entes queridos falecidos devido à doença. Assim, começamos a ver que o nosso trabalho era um movimento bem maior do que imaginávamos. Era um momento de muita gratidão das pessoas com a gente. Foi exaustivo, mas muito gratificante”, relembra a enfermeira.
Bruna ressalta que a equipe de profissionais vivenciaram muitos desafios, em especial, no início da aplicação. “A princípio, as vacinas eram divididas por prioridades, mas as pessoas, com a ânsia de receber a imunização, procuravam indiscriminadamente, e isso gerava momentos mais desafiadores. Como explicar para as pessoas tão angustiadas e esperançosas pela vacina que ainda não chegou o momento? A vacina se tornou uma esperança de diminuir as mortes e o contágio. Mas a gente precisava respeitar os critérios de prioridade. Este foi um dos maiores desafios, fazer com que as pessoas entendessem que teríamos doses para todos, se elas aguardassem o tempo correto”, ressalta.
Luto e luta contra a doença
O jornalista cearense Eduardo Lobo vivenciou de perto essa ânsia pela vacina. Ele ficou internado por 20 dias, acometido pela Covid-19, chegando a dividir o mesmo quarto no hospital com seu pai, que, infelizmente, faleceu vítima da doença. “Meu pai foi um guerreiro, lutou 30 dias pela vida em um hospital. Se tivesse tido a chance de se vacinar, se a vacina tivesse chegado antes, com certeza, poderia estar hoje entre a gente. Não só meu pai, mas várias pessoas. Várias famílias perderam pai, mãe, tios, avós, avós, filhos, enfim, porque a vacina ainda não estava disponível”, lamenta.
“Depois desse período, tive o prazer de ser vacinado com todas as doses ofertadas. Ao se vacinar, você está garantindo sua saúde e salvando vidas, é uma atividade de cidadania. A vacina é gratuita no posto, procure, se proteja e proteja quem você ama também”, apoia Eduardo.
Alívio e eficácia
Acácia Torres de Melo, gerente de saúde do Lar Torres de Melo, conta com muito orgulho que a instituição que atua foi o primeiro local em Fortaleza a receber as doses contra a Covid-19, onde os idosos foram contemplados. “Foi uma sensação de alívio muito grande. Os idosos comemoravam bastante e com muita alegria. A primeira vacina, o primeiro local e a primeira instituição a receber a vacinação foi o Lar Torres de Melo, nunca esquecerei esta data. Os idosos ficaram eufóricos por conta da proteção”, rememora.
“A vacinação é uma forma de controlarmos a pandemia e retornarmos ao convívio social, pois a falta do convívio foi outro sofrimento muito grande. Tivemos que fechar a instituição para visitas de amigos e de familiares. E sabemos como isso dói. A função da vacina é proteger as pessoas contra uma infecção mais grave evitando assim hospitalização e óbito. Aqui podemos constatar e temos dados para comprovar que foi muito bom o resultado que tivemos pós vacina”, ressalta.
Balanço da vacinação contra a Covid-19
Somente na capital cearense, nestes dois anos de campanha (até 16/01), foram 7.032.697 doses aplicadas, das quais 2.443.299 pessoas receberam a primeira dose; 2.335.708, a segunda; 1.539.145, a terceira; e 714.545, a quarta.
Locais de vacinação
Para ter acesso ao imunobiológico, a população de Fortaleza pode se dirigir aos postos de saúde da Capital, de 7h30 às 18h30, conforme listagem divulgada diariamente no portal da Prefeitura de Fortaleza (https://www.fortaleza.ce.gov.br/). A disponibilidade de doses, seja primeira, segunda ou as de reforço, depende do envio da vacina pelo Governo Federal.
Quem pode se vacinar
1° dose: crianças a partir de 6 meses
2° dose: conferir no cartão de vacinação o prazo definido para sua aplicação
3° dose: pessoas acima de 12 anos que receberam a segunda dose há quatro meses
4° dose: pessoas acima de 18 anos que receberam a terceira dose há quatro meses