25 de August de 2023 em Economia

Dia do Feirante: conheça histórias de quem movimenta a economia informal na cidade de Fortaleza

Atualmente, Fortaleza conta com 74 feiras mapeadas e mais de três mil feirantes cadastrados


barracas de feiras
Fortaleza soma 19 quilômetros de corredores de feiras com uma forte função econômica, social e cultural (Fotos: Kiko Silva)

"Olha o maxixe! Olha a acerola! Vem que tá tudo bem fresquinho, minha senhora!" A oferta, que é quase uma música, é cantarolada por José Ribamar. Feirante há 45 anos, ele conta que sempre tem uma rima para chamar a atenção dos clientes. Dono de barraca de frutas e verduras na feira do Bairro de Fátima, localizada na Rua Carlos Ribeiro, Ribamar revela que iniciou nesta atividade aos 8 anos.

"Comecei como ajudante do meu pai. Sempre gostei de frequentar as feiras e conversar com os clientes dele. Hoje, tenho a minha própria barraca, meus ajudantes e clientes. Tenho muito orgulho de tudo que construímos", afirma.

Atualmente, Fortaleza conta com 74 feiras e mais de três mil feirantes mapeados pela cidade. São 19 quilômetros de corredores com uma forte função econômica, social e cultural. Na maioria, deles é possível notar o elo familiar como algo frequente entre os feirantes. É comum encontrar feirantes que iniciaram na profissão seguindo os passos dos pais. Maísa Barbosa é mais um exemplo. Após a mãe atuar por 50 anos nas feiras da cidade, ela conta que herdou o negócio familiar. Através da venda de queijos, doces e castanhas, ela sustenta toda a família.

José Ribamar
Feirante há 45 anos, José Ribamar conta que sempre tem uma rima para chamar a atenção dos clientes

"Além do bairro de Fátima, eu participo das feiras que são realizadas no Mercado dos Pinhões e Gentilândia, e sempre trago as minhas filhas para participarem e me ajudarem. Assim, elas vão pegando o gosto e entendendo como funciona o negócio. Elas poderão dar sequência nele, se quiserem. É o nosso legado, né?!", comenta.

Mas para aguentar a rotina de um feirante, tem que ter disposição. Muitos iniciam o dia de trabalho quando o céu ainda está escuro. Acordam de madrugada para buscar as mercadorias novas e fresquinhas, organizam os produtos para só então abrir a banca na feira e continuar pelo resto do dia. Tudo isso com o sorriso no rosto. Como conta José Océlio, mais conhecido como "Louro do preço baixo" da Feira do Sítio São João, na Praça das Mangueiras. Feirante há 10 anos, ele confessa que faz de tudo para colocar um sorriso na boca dos clientes.

"Eu até poderia ser dentista, porque tudo que eu quero é ver o sorriso das pessoas. Mas como sou feirante, procuro fazer o meu cliente feliz. Ninguém sai triste ou insatisfeito", afirma ele, emendando uma piada atrás da outra.

Atuando no segmento de confecção masculina, José Océlio conta que trabalha em seis feiras da cidade (Conjunto Palmeiras, Conjunto Itamaraty, Sítio São João, Santa Maria, São Cristóvão e Messejana) e que, através da renda gerada pelas vendas de seus produtos, ele consegue pagar os estudos das filhas. "Tenho muito orgulho de poder pagar a faculdade das minhas filhas. Uma delas já vai se formar em nutrição. É muito bom sentir que você faz o bem aos outros", confessa.

Desde o início da gestão do prefeito José Sarto, a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) e as 12 Secretarias Executivas Regionais vêm desenvolvendo o projeto Feiras Livres. A iniciativa tem o objetivo de ordenar e padronizar as feiras e vem sendo construída com base no diálogo com os feirantes, os montadores, os moradores e os clientes.

O titular da Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), Ferruccio Feitosa, acredita que os esforços da Prefeitura em melhorar o ambiente das feiras trazem inúmeros benefícios aos envolvidos. "Temos conversado, dialogado com os feirantes, com os técnicos das secretarias regionais, da SDE e também com os moradores por onde ocorrem essas feiras, para que a gente possa cada vez mais melhorar esse ambiente, trazendo segurança e valorizando o trabalho dos feirantes. Para isso é que a gente tem também instalado banheiros químicos nas feiras para fazer com que, cada vez mais, eles possam exercer as suas atividades com conforto e segurança", ressalta o secretário.

Projeto Feiras Livres

A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Gestão Regional (Seger), desenvolve o projeto Feiras Livres desde 2021, com o objetivo de ordenar e padronizar as feiras livres da Capital. A ação para ordenamento prevê a criação de corredores que permitam a circulação de pessoas, com tranquilidade, acessibilidade e segurança, evitando a formação de barreiras e obstáculos.

Desse modo, o projeto estabelece o ordenamento dos feirantes em lugares pré-definidos. A divisão é realizada por segmento de frutas e verduras, carnes e peixes, temperos secos, confecção e variedades. Melhorias estruturais, como a implantação de banheiros químicos, também são realizadas, assim como os serviços de varrição, capinação, pintura de meio-fio, poda de árvore, manutenção da iluminação pública, tapa-buraco asfáltico, cursos de capacitação para os feirantes, entre outros, conforme necessidade dos espaços.

Dentre as 74 feiras mapeadas, 29 já alcançaram a condição de “organizadas”, ou seja, elas concluíram todas as etapas iniciais: as visitas técnicas, a medição das dimensões das barracas, a pesquisa com o público da feira, a setorização por segmento de atividade econômica e o cadastramento dos feirantes. Esses locais já organizados recebem banheiros químicos para uso durante o funcionamento da feira e, ao final, equipes de limpeza são destacadas para recolher o lixo produzido.

Em todas as feiras, equipes das Regionais e da Seger realizam visitas técnicas, fazem a medição das dimensões das barracas, implementam a setorização por segmento de atividade econômica e levantam o cadastro dos feirantes, com intuito de emitir os termos de autorização aos feirantes, tão logo eles concluam os cursos de capacitação oferecidos pela gestão municipal.

A data

O Dia do Feirante, comemorado no dia 25 de agosto, é uma homenagem à primeira feira livre que ocorreu no país, em 1914, no Largo General Osório, no bairro Santa Efigênia, em São Paulo.

Dia do Feirante: conheça histórias de quem movimenta a economia informal na cidade de Fortaleza

Atualmente, Fortaleza conta com 74 feiras mapeadas e mais de três mil feirantes cadastrados

barracas de feiras
Fortaleza soma 19 quilômetros de corredores de feiras com uma forte função econômica, social e cultural (Fotos: Kiko Silva)

"Olha o maxixe! Olha a acerola! Vem que tá tudo bem fresquinho, minha senhora!" A oferta, que é quase uma música, é cantarolada por José Ribamar. Feirante há 45 anos, ele conta que sempre tem uma rima para chamar a atenção dos clientes. Dono de barraca de frutas e verduras na feira do Bairro de Fátima, localizada na Rua Carlos Ribeiro, Ribamar revela que iniciou nesta atividade aos 8 anos.

"Comecei como ajudante do meu pai. Sempre gostei de frequentar as feiras e conversar com os clientes dele. Hoje, tenho a minha própria barraca, meus ajudantes e clientes. Tenho muito orgulho de tudo que construímos", afirma.

Atualmente, Fortaleza conta com 74 feiras e mais de três mil feirantes mapeados pela cidade. São 19 quilômetros de corredores com uma forte função econômica, social e cultural. Na maioria, deles é possível notar o elo familiar como algo frequente entre os feirantes. É comum encontrar feirantes que iniciaram na profissão seguindo os passos dos pais. Maísa Barbosa é mais um exemplo. Após a mãe atuar por 50 anos nas feiras da cidade, ela conta que herdou o negócio familiar. Através da venda de queijos, doces e castanhas, ela sustenta toda a família.

José Ribamar
Feirante há 45 anos, José Ribamar conta que sempre tem uma rima para chamar a atenção dos clientes

"Além do bairro de Fátima, eu participo das feiras que são realizadas no Mercado dos Pinhões e Gentilândia, e sempre trago as minhas filhas para participarem e me ajudarem. Assim, elas vão pegando o gosto e entendendo como funciona o negócio. Elas poderão dar sequência nele, se quiserem. É o nosso legado, né?!", comenta.

Mas para aguentar a rotina de um feirante, tem que ter disposição. Muitos iniciam o dia de trabalho quando o céu ainda está escuro. Acordam de madrugada para buscar as mercadorias novas e fresquinhas, organizam os produtos para só então abrir a banca na feira e continuar pelo resto do dia. Tudo isso com o sorriso no rosto. Como conta José Océlio, mais conhecido como "Louro do preço baixo" da Feira do Sítio São João, na Praça das Mangueiras. Feirante há 10 anos, ele confessa que faz de tudo para colocar um sorriso na boca dos clientes.

"Eu até poderia ser dentista, porque tudo que eu quero é ver o sorriso das pessoas. Mas como sou feirante, procuro fazer o meu cliente feliz. Ninguém sai triste ou insatisfeito", afirma ele, emendando uma piada atrás da outra.

Atuando no segmento de confecção masculina, José Océlio conta que trabalha em seis feiras da cidade (Conjunto Palmeiras, Conjunto Itamaraty, Sítio São João, Santa Maria, São Cristóvão e Messejana) e que, através da renda gerada pelas vendas de seus produtos, ele consegue pagar os estudos das filhas. "Tenho muito orgulho de poder pagar a faculdade das minhas filhas. Uma delas já vai se formar em nutrição. É muito bom sentir que você faz o bem aos outros", confessa.

Desde o início da gestão do prefeito José Sarto, a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) e as 12 Secretarias Executivas Regionais vêm desenvolvendo o projeto Feiras Livres. A iniciativa tem o objetivo de ordenar e padronizar as feiras e vem sendo construída com base no diálogo com os feirantes, os montadores, os moradores e os clientes.

O titular da Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), Ferruccio Feitosa, acredita que os esforços da Prefeitura em melhorar o ambiente das feiras trazem inúmeros benefícios aos envolvidos. "Temos conversado, dialogado com os feirantes, com os técnicos das secretarias regionais, da SDE e também com os moradores por onde ocorrem essas feiras, para que a gente possa cada vez mais melhorar esse ambiente, trazendo segurança e valorizando o trabalho dos feirantes. Para isso é que a gente tem também instalado banheiros químicos nas feiras para fazer com que, cada vez mais, eles possam exercer as suas atividades com conforto e segurança", ressalta o secretário.

Projeto Feiras Livres

A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Gestão Regional (Seger), desenvolve o projeto Feiras Livres desde 2021, com o objetivo de ordenar e padronizar as feiras livres da Capital. A ação para ordenamento prevê a criação de corredores que permitam a circulação de pessoas, com tranquilidade, acessibilidade e segurança, evitando a formação de barreiras e obstáculos.

Desse modo, o projeto estabelece o ordenamento dos feirantes em lugares pré-definidos. A divisão é realizada por segmento de frutas e verduras, carnes e peixes, temperos secos, confecção e variedades. Melhorias estruturais, como a implantação de banheiros químicos, também são realizadas, assim como os serviços de varrição, capinação, pintura de meio-fio, poda de árvore, manutenção da iluminação pública, tapa-buraco asfáltico, cursos de capacitação para os feirantes, entre outros, conforme necessidade dos espaços.

Dentre as 74 feiras mapeadas, 29 já alcançaram a condição de “organizadas”, ou seja, elas concluíram todas as etapas iniciais: as visitas técnicas, a medição das dimensões das barracas, a pesquisa com o público da feira, a setorização por segmento de atividade econômica e o cadastramento dos feirantes. Esses locais já organizados recebem banheiros químicos para uso durante o funcionamento da feira e, ao final, equipes de limpeza são destacadas para recolher o lixo produzido.

Em todas as feiras, equipes das Regionais e da Seger realizam visitas técnicas, fazem a medição das dimensões das barracas, implementam a setorização por segmento de atividade econômica e levantam o cadastro dos feirantes, com intuito de emitir os termos de autorização aos feirantes, tão logo eles concluam os cursos de capacitação oferecidos pela gestão municipal.

A data

O Dia do Feirante, comemorado no dia 25 de agosto, é uma homenagem à primeira feira livre que ocorreu no país, em 1914, no Largo General Osório, no bairro Santa Efigênia, em São Paulo.