Entrelaçando linhas, costurando tecidos e perpetuando uma tradição familiar. Esse tem sido o ofício da costureira Vilani Souto nos últimos 50 anos. A profissão que ela aprendeu com a mãe e repassou para a filha é um elo entre as gerações e motivo de orgulho. “Sempre trabalhei como costureira. Fiquei na Fábrica Guararapes por quase 30 anos. O sustento da minha família sempre veio do meu trabalho. Tenho orgulho da minha profissão”, afirma.

A trabalhadora que perdeu o emprego quando a empresa fechou, no início de 2023, reencontrou a alegria de costurar no Ateliê do Projeto Costurando o Futuro, no bairro Pici. Iniciativa da Prefeitura de Fortaleza que tem como objetivo fomentar a economia local. Lá, ela encontrou novos amigos e uma rede de apoio para quem deseja empreender. Recentemente, por meio do projeto desenvolvido pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Vilani foi beneficiada com a doação de uma máquina de costura pela gestão municipal. “Eu quero usar essa máquina para compartilhar o meu conhecimento. Vou ensinar às minhas amigas e vizinhas a costurarem. Quero que outras mulheres também tenham essa oportunidade”, diz emocionada.

O Projeto Costurando o Futuro já beneficiou cerca de 12 mil pessoas, por meio dos 12 ateliês fixos (Bom Jardim, Vila União, Jangurussu, Vila Velha, José Walter, Cristo Redentor, Conjunto Ceará, Barra do Ceará, Vicente Pinzon, Canindezinho, Mondubim e Pici) e recentemente ganhou a primeira unidade móvel da iniciativa.

Trabalho em família

A vendedora Graça Frota, mãe da Elizabeth e Daniela, é outro exemplo de empreendedora que busca o crescimento dos negócios. Aos 65 anos de idade, ela revela que sempre trabalhou por conta própria, mas só depois que se formalizou, passou a ter um CNPJ e conquistou uma unidade do Carrinho Empreendedor se sentiu uma verdadeira empreendedora. “Sempre fiz meus quitutes, bolos e salgados para vender e ajudar na renda de casa. Agora que nós estamos com o carrinho de tapioca estamos muito felizes! Sei que vamos ter dias de boas vendas e outros nem tanto, mas tenho muita esperança de que nossa renda melhorar”, revela.

Graça é uma dos 471 beneficiários que já receberam carrinhos de pipoca, tapioca, batata frita e churrasco por meio do Projeto Meu Carrinho Empreendedor. Acostumada a realizar as vendas pelo bairro Mondubim, ela revela que o trabalho ao lado das filhas tem sido muito mais prazeroso. “Fico muito satisfeita em ver que minhas filhas são mulheres fortes e dedicadas a ajudar ao próximo. Ter elas sempre por perto é uma alegria”, afirma a empreendedora.

Inspiração

Outra mãe empreendedora que pretende passar muitos ensinamentos ao filho, é a artesã Maria Aparecida Meneses. A técnica em radiologia conta que largou a antiga profissão pelo sonho de viver do artesanato. Há pouco mais de um ano, ela se inscreveu no Programa Fortaleza Capacita e iniciou uma série de cursos e oficinas que estão impulsionando o seu espírito empreendedor. “Sempre gostei de fazer crochê. Fazia inúmeras peças, mas não me sentia segura o suficiente para expor e vender os meus produtos. Mas agora isso mudou! Participo de feiras e exposições e levo minha arte para o mundo todo”, revela orgulhosa.

Após conseguir exportar as bolsas, sacolas e carteiras em crochê para países como Alemanha, Portugal e Turquia, Maria Aparecida espera ter mostrado ao filho que vale a pena estudar, se esforçar e lutar pelos sonhos. “Eu quero que meu filho veja todo meu esforço e dedicação. Quero ser uma inspiração para ele”, diz a artesã emocionada.
Assim como Maria Aparecida, o Programa Fortaleza Capacita já qualificou mais de 65 mil empreendedores por meio de um convênio entre a Prefeitura de Fortaleza e o Sebrae Ceará. A iniciativa pretende qualificar mais de 120 mil empreendedores até dezembro de 2024.

Apoio entre mãe e filho

Para Suliane Silva, mãe de três filhos e moradora do Mondubim, ter sua própria marca de calçados foi mais do que uma realização pessoal; foi uma forma de superar desafios e garantir um futuro melhor para sua família.

Além do apoio do Programa Nossas Guerreiras, Suliane também encontrou suporte em seus filhos. Gabriel, o mais velho dos três filhos, de 23 anos, está se formando em Marketing Digital e planeja contribuir para o futuro do negócio, auxiliando sua mãe em um sonho que agora é de ambos.

Suliane iniciou sua jornada empreendedora após receber o diagnóstico de fibromialgia, que a impediu de continuar trabalhando como operadora de caixa devido às dores musculares. Em casa, enfrentando o tratamento e a ansiedade do desemprego, surgiu a ideia de criar a Suliane Calçados, em parceria com um casal que fabricava calçados.

"O projeto foi uma virada de chave, porque eu estava praticamente parada. Depois da pandemia começaram as dificuldades e eu já estava desistindo do empreendedorismo. E quando eu conheci o Nossas Guerreiras acendeu novamente a chama de empreender", afirma Suliane.

O Nossas Guerreiras já beneficiou e capacitou 11.607 mil mulheres com o crédito de R$3 mil com o curso Elaboração de Proposta de Negócios, tornando-as aptas a receber o financiamento orientado. As beneficiadas têm carência de seis meses e podem efetuar o pagamento em até 30 meses sem juros.

Serviço:
Inscrição e Informações sobre os Projetos desenvolvidos pela SDE:
Funcionamento: 08 às 12h e 13h às 17h
Local: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico
Endereço : Rua Tibúrcio Cavalcante, 1233 - Aldeota
Contato: (85) 3452-5712