12 de May de 2023 em Meio ambiente

Dia das mães: a reciclagem como instrumento de transformação pessoal e familiar

A partir do trabalho na associação de catadores, Cláudia Castro teve a oportunidade de mudar sua vida e sua relação com os filhos


Cláudia e Gigi posam para a foto
No Genibaú, bairro onde vive até hoje, a catadora fundou a Associação Raio de Sol, onde trabalha com a filha Gigi (Foto: Daniel Calvet)

“A coordenadora da associação perguntou se eu queria mudar minha vida. Eu disse a ela que sim, mas que eu não tinha apoio de ninguém, era só eu e Deus. Hoje minha vida mudou”. Foi através do trabalho na associação de catadores do bairro Genibaú que Cláudia Castro, mãe de oito filhos, teve a oportunidade de viajar pelo país, vencer a dependência química e transformar o seu cotidiano familiar.

Cláudia, atualmente com 56 anos, já chegou a trabalhar como costureira. A profissão foi interrompida pela dependência química, que fez com que ela se afastasse de muitas coisas que amava, entre o trabalho com costura e as três filhas que tinha na época. Mesmo trabalhando como catadora, a mãe conta que não se sentia presente na vida das crianças pela sua rotina nas ruas e pelo uso de álcool e drogas.

"Quando éramos crianças ela passava mais tempo na rua do que dentro de casa. Quem cuidava da gente era a minha irmã mais velha. Aí quando a gente cresceu foi que nós entendemos”, conta Ligiana Castro, sua filha, apelidada de Gigi. Em 2004, Cláudia conheceu a associação de catadores, que a fez enxergar sua vida de uma maneira diferente.

Com o trabalho na associação, Cláudia teve a oportunidade de viajar o país e conhecer o trabalho de outros catadores. “Foi ali onde eu me encontrei. Eu percebi que eu não era tão ruim, que eu tinha a chance de dar uma direção na minha vida”. Sua primeira viagem, para Belo Horizonte, foi o passo inicial para abandonar a dependência química, e em 2010 ela alcançou a sobriedade. Durante esse período, Cláudia também teve a oportunidade de mudar sua vida profissional e se aproximar dos agora oito filhos.

No Genibaú, bairro onde vive até hoje, a catadora fundou a Associação Raio de Sol, onde hoje trabalham duas de suas filhas. Através do seu trabalho e por incentivo das filhas, ela teve a oportunidade de trabalhar com o Re-ciclo, programa da Prefeitura de Fortaleza, no estande instalado no Shopping Iguatemi no início do ano. Atualmente, Cláudia segue no programa de reciclagem, trabalhando no Ecoponto da Varjota, auxiliando através da triagem e limpeza dos resíduos, enquanto Gigi e Leidinha, também filha da catadora, fazem a coleta domiciliar.

Com a mudança na rotina, Cláudia, Gigi e Leidinha possuem uma convivência diária no trabalho e fora dele. As três vivem no bairro Genibaú e compartilham uma vida familiar repleta de afeto, intensificado com a presença dos nove netos. O dia das mães este ano será, mais uma vez, cheio de festa e união entre a grande família que Cláudia construiu e que hoje mantém com tanta proximidade.

“Tem mãe que é só no nome, eu sou mãe de verdade, eu estou nos momentos bons e ruins. A nossa família é muito abençoada, nós somos muito unidos. Eu deixei as ruas e passei a cuidar mais das minhas filhas, porque elas sentiam muita falta de mim. E meus netos são minhas preciosidades, umas coisinhas pequenininhas do meu coração. Se eu não vejo meus netos todos os dias eu fico morrendo de saudade”.

Re-ciclo

O Re-ciclo é um programa gratuito de coleta seletiva em Fortaleza que conta com um sistema inovador de coleta porta a porta e agendamentos realizados por meio de uma plataforma online. É fruto da premiação que Fortaleza recebeu do Desafio Global de Mobilidade Urbana 2019, organizado pela Transformative Urban Mobility Initiative (TUMI), e nasceu da parceria entre a Agência Alemã de Cooperação (GIZ) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Concebido pelo Laboratório de Inovação de Fortaleza (Labifor), é coordenado pela Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação (Citinova) e conta com parceria do iFood e execução da startup Solos, que traz o primeiro modelo de inovação aberta do País para a coleta de recicláveis.

O projeto atua hoje em parceria com três associações locais, cada uma com aproximadamente 15 associados, que fazem a coleta de resíduos de 6 bairros da cidade. Em 8 meses de operação, o Re-ciclo já coletou mais de 160 toneladas de materiais recicláveis e gerou 240 mil em renda para as associações. No Ecoponto da Varjota, por exemplo, a operação do Re-ciclo recebe cerca de 600 kg de material reciclável diariamente.

Dia das mães: a reciclagem como instrumento de transformação pessoal e familiar

A partir do trabalho na associação de catadores, Cláudia Castro teve a oportunidade de mudar sua vida e sua relação com os filhos

Cláudia e Gigi posam para a foto
No Genibaú, bairro onde vive até hoje, a catadora fundou a Associação Raio de Sol, onde trabalha com a filha Gigi (Foto: Daniel Calvet)

“A coordenadora da associação perguntou se eu queria mudar minha vida. Eu disse a ela que sim, mas que eu não tinha apoio de ninguém, era só eu e Deus. Hoje minha vida mudou”. Foi através do trabalho na associação de catadores do bairro Genibaú que Cláudia Castro, mãe de oito filhos, teve a oportunidade de viajar pelo país, vencer a dependência química e transformar o seu cotidiano familiar.

Cláudia, atualmente com 56 anos, já chegou a trabalhar como costureira. A profissão foi interrompida pela dependência química, que fez com que ela se afastasse de muitas coisas que amava, entre o trabalho com costura e as três filhas que tinha na época. Mesmo trabalhando como catadora, a mãe conta que não se sentia presente na vida das crianças pela sua rotina nas ruas e pelo uso de álcool e drogas.

"Quando éramos crianças ela passava mais tempo na rua do que dentro de casa. Quem cuidava da gente era a minha irmã mais velha. Aí quando a gente cresceu foi que nós entendemos”, conta Ligiana Castro, sua filha, apelidada de Gigi. Em 2004, Cláudia conheceu a associação de catadores, que a fez enxergar sua vida de uma maneira diferente.

Com o trabalho na associação, Cláudia teve a oportunidade de viajar o país e conhecer o trabalho de outros catadores. “Foi ali onde eu me encontrei. Eu percebi que eu não era tão ruim, que eu tinha a chance de dar uma direção na minha vida”. Sua primeira viagem, para Belo Horizonte, foi o passo inicial para abandonar a dependência química, e em 2010 ela alcançou a sobriedade. Durante esse período, Cláudia também teve a oportunidade de mudar sua vida profissional e se aproximar dos agora oito filhos.

No Genibaú, bairro onde vive até hoje, a catadora fundou a Associação Raio de Sol, onde hoje trabalham duas de suas filhas. Através do seu trabalho e por incentivo das filhas, ela teve a oportunidade de trabalhar com o Re-ciclo, programa da Prefeitura de Fortaleza, no estande instalado no Shopping Iguatemi no início do ano. Atualmente, Cláudia segue no programa de reciclagem, trabalhando no Ecoponto da Varjota, auxiliando através da triagem e limpeza dos resíduos, enquanto Gigi e Leidinha, também filha da catadora, fazem a coleta domiciliar.

Com a mudança na rotina, Cláudia, Gigi e Leidinha possuem uma convivência diária no trabalho e fora dele. As três vivem no bairro Genibaú e compartilham uma vida familiar repleta de afeto, intensificado com a presença dos nove netos. O dia das mães este ano será, mais uma vez, cheio de festa e união entre a grande família que Cláudia construiu e que hoje mantém com tanta proximidade.

“Tem mãe que é só no nome, eu sou mãe de verdade, eu estou nos momentos bons e ruins. A nossa família é muito abençoada, nós somos muito unidos. Eu deixei as ruas e passei a cuidar mais das minhas filhas, porque elas sentiam muita falta de mim. E meus netos são minhas preciosidades, umas coisinhas pequenininhas do meu coração. Se eu não vejo meus netos todos os dias eu fico morrendo de saudade”.

Re-ciclo

O Re-ciclo é um programa gratuito de coleta seletiva em Fortaleza que conta com um sistema inovador de coleta porta a porta e agendamentos realizados por meio de uma plataforma online. É fruto da premiação que Fortaleza recebeu do Desafio Global de Mobilidade Urbana 2019, organizado pela Transformative Urban Mobility Initiative (TUMI), e nasceu da parceria entre a Agência Alemã de Cooperação (GIZ) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Concebido pelo Laboratório de Inovação de Fortaleza (Labifor), é coordenado pela Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação (Citinova) e conta com parceria do iFood e execução da startup Solos, que traz o primeiro modelo de inovação aberta do País para a coleta de recicláveis.

O projeto atua hoje em parceria com três associações locais, cada uma com aproximadamente 15 associados, que fazem a coleta de resíduos de 6 bairros da cidade. Em 8 meses de operação, o Re-ciclo já coletou mais de 160 toneladas de materiais recicláveis e gerou 240 mil em renda para as associações. No Ecoponto da Varjota, por exemplo, a operação do Re-ciclo recebe cerca de 600 kg de material reciclável diariamente.