09 de July de 2015 em Cultura
Cineclube Vila das Artes traz a Mostra Dramaturgias do Comum no Cinema Contemporâneo
As sessões acontecem no auditório da Vila das Artes, sempre às 18h30, com entrada gratuita
O projeto Telas Abertas, por meio do Cineclube Vila das Artes, traz a Mostra Dramaturgias do Comum no Cinema Contemporâneo, com a exibição de 11 filmes durante os dias 20 e 23 de julho. Os filmes que abrem a Mostra, com início no dia 20 de julho, são “Arena”, “Cerro Negro" e “Rafa”, todos do português João Salaviza. As sessões acontecem no auditório da Vila das Artes, sempre às 18h30, com entrada gratuita.
Com curadoria de Érico Araújo, a Mostra pretende passar por realizadores contemporâneos que inventam formas de cinema e modos de viver em comunidade. A partir dos filmes de João Salaviza, Pedro Costa, Jean-Marie Straub, Jia Zhang-ke, Leonardo Mouramateus e Wang Bing, a proposta é discutir algumas maneiras pelas quais o comum pode ser formulado como um problema cinematográfico e dramatúrgico.
Isso também diz respeito à maneira de formular a relação entre corpo e quadro, luz e sombra, visível e invisível. Por meio das elaborações expressivas próprias ao cinema, essas obras permitem pensar comunidades, políticas dos corpos, das imagens e das palavras.
O Cineclube é promovido pela Escola Pública de Audiovisual (EAV) da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura (Secultfor).
Sobre o Telas Abertas
O Projeto Telas Abertas consiste na realização de curadorias para mostras do Cineclube Vila das Artes. No processo seletivo deste ano, ao todo, foram selecionadas 11 Mostras que comporão a programação do Cineclube da Vila entre os meses de setembro de 2014 e julho de 2015.
Programação
20/7
Arena (João Salaviza, Portugal, 2009, Cores, 15 min)
Mauro vive em prisão domiciliária. As tatuagens ajudam-no a queimar o tempo. Três putos do bairro aproximam-se da sua janela. Lá fora, o sol bate com a força do meio-dia.
Cerro Negro (João Salaviza, Portugal, 2011, Cores, 21 min)
Anajara e Allison são um casal de emigrantes brasileiros em Lisboa. Duas solidões que se tentam proteger mutuamente, ao mesmo tempo em que lutam contra uma separação forçada. Anajara regressa do trabalho ao amanhecer. Desta vez, não vai poder dormir durante o dia, nem levar Iuri à escola. A setenta quilómetros de distância, Allison espera para reencontrar a mulher e o filho. Hoje é dia de visita na prisão de Santarém.
Rafa (João Salaviza, Portugal, 2011, Cores, 25 min)
Às seis da manhã, Rafa descobre que a mãe está detida pela Polícia. Na mota de um amigo cruza a ponte e vai para uma esquadra no centro de Lisboa esperar pela sua libertação. “Rafa” foi o vencedor do Urso de Ouro para melhor curta-metragem na edição de 2012 do Festival de Berlim.
21/7
Um herdeiro (Un Héritier, Jean-Marie Straub, França, 2011, Cor, 20 min)
Criado a partir de Au service de l’Allemagne, livro de Maurice Barrès.
O joelho de Artemide (Le Genou d’Artemide, Jean-Marie Straub, Itália/França, 2007, Cor, 26 min)
Baseado no diálogo La Belva de Cesare Pavese, extraído do livro Diálogos com Leucò.
O inconsolável (L’Inconsolable, Jean-Marie Straub, França, 2011, Cor, 15 min)
A partir de Diálogos com Leucò, o filme é uma reflexão sobre o mito de Orfeu.
22/7
Tarrafal (Pedro Costa, Portugal, 2007, Cor, 16 min)
Tarrafal: lugar da ilha de Santiago em Cabo Verde onde, em 1936, Portugal criou uma colônia penal para presos políticos. Ficou conhecido como “Campo da Morte Lenta”. “No dia do funeral do meu Pai, que nunca me ofereceu um par de meias, arranquei a pá das mãos do coveiro (do cemitério de Carnide) e enchi eu próprio a cova de terra. A mim, o meu corpo só enterram no Tarrafal” – José Alberto Silva, 30 anos, nascido no Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, residente no Bairro 6 de Maio, Amadora, atualmente à espera de extradição.
In Public (Jia Zhangke, 2001, China, Cor, 30 min)
Um levantamento de espaços públicos, incluindo uma estação de trem, uma casa de banho e um ponto de ônibus. As pessoas aparentam estar sozinhas e conectadas.
Lagoa Remix (Leonardo Mouramateus, Brasil, 2013, Cor, 3 min)
Não vou negar. Sofri demais quando você me deu o fora. Mas, o tempo passa. O mundo gira. O mundo é uma bola.
Estrela Distante (Leonardo Mouramateus, Brasil, 2012, Cor, 6 min)
Filmado durante no Festival do Buscapé na cidade de Sairé (PE), o filme examina o espetáculo e variações sobre o estar em público a partir do olhar misterioso dos anônimos, na relação que cada um cria em relação à câmera. Direção, concepção e produção: Leonardo Mouramateus. Interpretação: moradores da cidade de Sairé.
23/7
Homem sem nome (Wang Bing, China/Inglaterra, 2010, 92 min)
Nas ruínas de uma aldeia deserta cercada por uma antiga muralha vive apenas um homem. Ele não tem nome. Durante o dia, ele trabalha como um animal dentro das ruínas, à noite, dorme como um primitivo em uma caverna. No inverno, sai cedo da caverna e caminha para muito longe, pelos campos desertos, procurando por esterco de ovelhas e vacas para adubar seu jardim. Na primavera, as ruínas da vila são cobertas por grama e ele cultiva seu jardim e espalha suas sementes pela terra. No verão, recolhe pequenas pedras para construir sua casa. No outono, colhe sua safra. Sua comida vem de sua própria colheita ou daquilo que ele encontra em outras aldeias. Ele nunca diz uma palavra. Algumas vezes, fala para si mesmo. Em outras, dispara a rir. A jarra, o barril de água e os outros objetos de sua vida cotidiana são resíduos industriais. Ele vive dessa maneira, dia e noite, mês após mês, ano após ano, até que sua morte venha buscá-lo.
Serviço
Mostra Dramaturgias do comum no cinema contemporâneo
Quando: 20/7 – Exibição dos filmes "Arena", “Cerro Negro" e “Rafa”
Onde: Auditório da Vila das Artes (Rua 24 de maio, 1.221 - Centro)
Horário: 18h30
Mais informações: (85) 3105.1404
Entrada franca
Cineclube Vila das Artes traz a Mostra Dramaturgias do Comum no Cinema Contemporâneo
As sessões acontecem no auditório da Vila das Artes, sempre às 18h30, com entrada gratuita
O projeto Telas Abertas, por meio do Cineclube Vila das Artes, traz a Mostra Dramaturgias do Comum no Cinema Contemporâneo, com a exibição de 11 filmes durante os dias 20 e 23 de julho. Os filmes que abrem a Mostra, com início no dia 20 de julho, são “Arena”, “Cerro Negro" e “Rafa”, todos do português João Salaviza. As sessões acontecem no auditório da Vila das Artes, sempre às 18h30, com entrada gratuita.
Com curadoria de Érico Araújo, a Mostra pretende passar por realizadores contemporâneos que inventam formas de cinema e modos de viver em comunidade. A partir dos filmes de João Salaviza, Pedro Costa, Jean-Marie Straub, Jia Zhang-ke, Leonardo Mouramateus e Wang Bing, a proposta é discutir algumas maneiras pelas quais o comum pode ser formulado como um problema cinematográfico e dramatúrgico.
Isso também diz respeito à maneira de formular a relação entre corpo e quadro, luz e sombra, visível e invisível. Por meio das elaborações expressivas próprias ao cinema, essas obras permitem pensar comunidades, políticas dos corpos, das imagens e das palavras.
O Cineclube é promovido pela Escola Pública de Audiovisual (EAV) da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura (Secultfor).
Sobre o Telas Abertas
O Projeto Telas Abertas consiste na realização de curadorias para mostras do Cineclube Vila das Artes. No processo seletivo deste ano, ao todo, foram selecionadas 11 Mostras que comporão a programação do Cineclube da Vila entre os meses de setembro de 2014 e julho de 2015.
Programação
20/7
Arena (João Salaviza, Portugal, 2009, Cores, 15 min)
Mauro vive em prisão domiciliária. As tatuagens ajudam-no a queimar o tempo. Três putos do bairro aproximam-se da sua janela. Lá fora, o sol bate com a força do meio-dia.
Cerro Negro (João Salaviza, Portugal, 2011, Cores, 21 min)
Anajara e Allison são um casal de emigrantes brasileiros em Lisboa. Duas solidões que se tentam proteger mutuamente, ao mesmo tempo em que lutam contra uma separação forçada. Anajara regressa do trabalho ao amanhecer. Desta vez, não vai poder dormir durante o dia, nem levar Iuri à escola. A setenta quilómetros de distância, Allison espera para reencontrar a mulher e o filho. Hoje é dia de visita na prisão de Santarém.
Rafa (João Salaviza, Portugal, 2011, Cores, 25 min)
Às seis da manhã, Rafa descobre que a mãe está detida pela Polícia. Na mota de um amigo cruza a ponte e vai para uma esquadra no centro de Lisboa esperar pela sua libertação. “Rafa” foi o vencedor do Urso de Ouro para melhor curta-metragem na edição de 2012 do Festival de Berlim.
21/7
Um herdeiro (Un Héritier, Jean-Marie Straub, França, 2011, Cor, 20 min)
Criado a partir de Au service de l’Allemagne, livro de Maurice Barrès.
O joelho de Artemide (Le Genou d’Artemide, Jean-Marie Straub, Itália/França, 2007, Cor, 26 min)
Baseado no diálogo La Belva de Cesare Pavese, extraído do livro Diálogos com Leucò.
O inconsolável (L’Inconsolable, Jean-Marie Straub, França, 2011, Cor, 15 min)
A partir de Diálogos com Leucò, o filme é uma reflexão sobre o mito de Orfeu.
22/7
Tarrafal (Pedro Costa, Portugal, 2007, Cor, 16 min)
Tarrafal: lugar da ilha de Santiago em Cabo Verde onde, em 1936, Portugal criou uma colônia penal para presos políticos. Ficou conhecido como “Campo da Morte Lenta”. “No dia do funeral do meu Pai, que nunca me ofereceu um par de meias, arranquei a pá das mãos do coveiro (do cemitério de Carnide) e enchi eu próprio a cova de terra. A mim, o meu corpo só enterram no Tarrafal” – José Alberto Silva, 30 anos, nascido no Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, residente no Bairro 6 de Maio, Amadora, atualmente à espera de extradição.
In Public (Jia Zhangke, 2001, China, Cor, 30 min)
Um levantamento de espaços públicos, incluindo uma estação de trem, uma casa de banho e um ponto de ônibus. As pessoas aparentam estar sozinhas e conectadas.
Lagoa Remix (Leonardo Mouramateus, Brasil, 2013, Cor, 3 min)
Não vou negar. Sofri demais quando você me deu o fora. Mas, o tempo passa. O mundo gira. O mundo é uma bola.
Estrela Distante (Leonardo Mouramateus, Brasil, 2012, Cor, 6 min)
Filmado durante no Festival do Buscapé na cidade de Sairé (PE), o filme examina o espetáculo e variações sobre o estar em público a partir do olhar misterioso dos anônimos, na relação que cada um cria em relação à câmera. Direção, concepção e produção: Leonardo Mouramateus. Interpretação: moradores da cidade de Sairé.
23/7
Homem sem nome (Wang Bing, China/Inglaterra, 2010, 92 min)
Nas ruínas de uma aldeia deserta cercada por uma antiga muralha vive apenas um homem. Ele não tem nome. Durante o dia, ele trabalha como um animal dentro das ruínas, à noite, dorme como um primitivo em uma caverna. No inverno, sai cedo da caverna e caminha para muito longe, pelos campos desertos, procurando por esterco de ovelhas e vacas para adubar seu jardim. Na primavera, as ruínas da vila são cobertas por grama e ele cultiva seu jardim e espalha suas sementes pela terra. No verão, recolhe pequenas pedras para construir sua casa. No outono, colhe sua safra. Sua comida vem de sua própria colheita ou daquilo que ele encontra em outras aldeias. Ele nunca diz uma palavra. Algumas vezes, fala para si mesmo. Em outras, dispara a rir. A jarra, o barril de água e os outros objetos de sua vida cotidiana são resíduos industriais. Ele vive dessa maneira, dia e noite, mês após mês, ano após ano, até que sua morte venha buscá-lo.
Serviço
Mostra Dramaturgias do comum no cinema contemporâneo
Quando: 20/7 – Exibição dos filmes "Arena", “Cerro Negro" e “Rafa”
Onde: Auditório da Vila das Artes (Rua 24 de maio, 1.221 - Centro)
Horário: 18h30
Mais informações: (85) 3105.1404
Entrada franca