28 de January de 2024 em Economia

Ciclo Carnavalesco movimenta a economia e incrementa lucro de ambulantes em Fortaleza

Apenas no Parque Rachel de Queiroz, 387 permissionários atuam no local nesse período


Regina Araújo na barraca de comida
"Nesse período, as nossas vendas aumentam em torno de 30%”, conta Regina Araújo, da barraca Delícias da Márcia, que funciona no Parque Rachel de Queiroz e no Aterrinho da Praia de Iracema (Fotos: Marcos Moura)

Além da folia nos dez polos de Pré-Carnaval espalhados pela cidade, o que mais se vê nesses locais é o comércio de ambulantes. Para muitos, a festa transforma um simples dia de trabalho em um momento crucial para melhorar os negócios. Para isso, é necessário estar atento às necessidades dos clientes, ofertando um produto que atraia os foliões.

No Parque Rachel de Queiroz, no bairro Presidente Kennedy, o fim de semana é sempre animado. O espaço se tornou um ponto de encontro de famílias de toda a cidade e região metropolitana, que buscam um espaço para caminhar, lanchar e brincar ao ar livre. Com a chegada do Pré-Carnaval, a movimentação se torna ainda maior com os shows, e o que já era bom para os ambulantes fica ainda melhor.

Apenas no local, 387 permissionários atuam nesse período, sendo 312 ambulantes (entre fixos e volantes) e outros 75 trailers. Entre eles, o Delícias da Márcia, barraca de venda de pratinhos, que está no parque desde a sua inauguração. O empreendimento cresceu com a venda de comida em espaços movimentados da cidade: o parque e o Aterrinho da Praia de Iracema, que também recebe atrações de Carnaval.

A demanda é tanta nos meses de janeiro e fevereiro nos dois locais que chegam a trabalhar sete pessoas, sendo quatro no Aterrinho e três no parque, devido ao aumento no movimento. Regina Araújo, que trabalha nos dois espaços, conta que a produção de comida também aumenta para atender a demanda.

“A gente oferece mais pratos, traz mais opções com maior quantidade para os clientes, aqui no parque e na Praia de Iracema, onde o movimento também é muito grande. Nesse período, as nossas vendas aumentam em torno de 30%”, contou ela.

Rena Maciel posa para a foto
Com a chegada do período carnavalesco, Renan Maciel vende adereços, espuma, confete e bebidas

Ao longo dos 12 dias de Pré-Carnaval, 1.220 ambulantes foram autorizados pela Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) a trabalhar nos dez polos espalhados pela cidade. Eles atuam em pontos fixos e itinerantes, sendo orientados por equipes das Secretarias Executivas Regionais, conforme plano operacional elaborado para as festividades. A média de faturamento por dia de cada ambulante varia de acordo com o tipo de produto e com o investimento.

Renan Maciel é permissionário no parque há seis meses e resolveu mudar temporariamente seu negócio para se adaptar à demanda de Carnaval. Ele trabalha com itens de festa, e no ano passado trazia um pula-pula para aluguel. Com a chegada do período carnavalesco, Renan agora vende adereços, espuma, confete e bebidas.

“No período de carnaval aumenta 100% nosso lucro em comparação ao período normal. Como a gente trabalha com artigos de festa, essa é a melhor época para venda. A gente também ficava em outro espaço do parque e viemos para mais perto do palco, o que também aumentou nossas vendas”, explicou.

 Emília Eugênia posa para a foto ao lado dos adereços de cabelo que vende
No Carnaval, Emília Eugênia, faz parte do programa Nossas Guerreiras, aumenta as vendas em 40% 

Quem também resolveu adaptar seu negócio para as vendas do carnaval foi Emília Eugênia, que trabalha com tricô e crochê. A empreendedora faz parte do programa Nossas Guerreiras, da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), que oferece crédito orientado para mulheres de baixa renda que já empreendem ou desejam empreender.

A rotina de Emília é vender seus produtos em feiras, especialmente nos fins de semana. Com a chegada do Carnaval, seu foco muda. Das feiras, o Parque Rachel de Queiroz passa a ser o ponto quase fixo de seu trabalho. Das bolsas de crochê, que são seu principal produto, ela passa a vender adereços de carnaval como brincos, tiaras e colares, ainda utilizando seu talento manual com o tricô.

“Se eu saio para trabalhar nesse período o lucro é garantido, principalmente porque sou eu que faço. Nesses meses, consigo tirar uns R$ 500,00 por dia, um aumento de mais de 40% comparado com outros meses. Eu vivo disso, é minha única renda. Quando eu não estou vendendo aqui no Carnaval eu vou para o Benfica, onde também vendo muito bem, o público é maravilhoso. E na hora que eu termino, vou aproveitar a festa”, brincou.

O dinheiro extra do período carnavalesco serve para reinvestir no trabalho, ampliando e melhorando o negócio. De acordo com Emília, além desse aumento no investimento, ela ainda consegue fazer uma reserva de caixa para o futuro.

Enquanto o show de Pré-Carnaval começava no parque no último sábado (27/01), Izabel Alves aproveitou para comprar alguns adereços com Emília. Izabel, que se mudou recentemente para o Presidente Kennedy, tem aproveitado bastante o espaço para fazer caminhadas, comer e apoiar os pequenos empreendedores.

“Esse espaço melhorou muito a região e com certeza tem ajudado muito os empreendedores que ficam aqui. Acho muito importante ter esse espaço onde a gente consegue ter acesso a várias coisas por causa do trabalho dos ambulantes. Gosto muito de comer nos trailers, adoro a barraca de yakissoba, e hoje vim pela primeira vez para o pré-carnaval, espero vir mais vezes, achei super legal”, disse ela.

Ambulantes credenciados

Na Secretaria Executiva Regional 2, 580 ambulantes estão autorizados para atuar nos polos Mocinha, Praia de Iracema e Náutico. Na SER 3, as festividades acontecem no Parque Rachel de Queiroz e são 387 permissionários, sendo 312 ambulantes e 75 em trailers. Já na Praça João Gentil, no bairro Benfica, a Regional 4 cadastrou e autorizou a atividade de 50 comerciantes. Nos tradicionais polos Mercado dos Pinhões, Praça do Ferreira, Raimundo do Queijo, Passeio Público e Largo Assunção (Centro Cultural Belchior), localizados na SER 12, são 203 comerciantes autorizados para trabalhar em barracas, carrinhos ou de forma itinerante.

Além do auxílio da Seger, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) também atua nos pontos de festa, com mais de 300 agentes entre fiscais, coordenadores e auxiliares, impedindo o comércio irregular e garantindo o cumprimento das autorizações emitidas pelas Secretarias Regionais, permitindo que os permissionários possam realizar suas vendas de maneira tranquila e organizada.

Ciclo Carnavalesco movimenta a economia e incrementa lucro de ambulantes em Fortaleza

Apenas no Parque Rachel de Queiroz, 387 permissionários atuam no local nesse período

Regina Araújo na barraca de comida
"Nesse período, as nossas vendas aumentam em torno de 30%”, conta Regina Araújo, da barraca Delícias da Márcia, que funciona no Parque Rachel de Queiroz e no Aterrinho da Praia de Iracema (Fotos: Marcos Moura)

Além da folia nos dez polos de Pré-Carnaval espalhados pela cidade, o que mais se vê nesses locais é o comércio de ambulantes. Para muitos, a festa transforma um simples dia de trabalho em um momento crucial para melhorar os negócios. Para isso, é necessário estar atento às necessidades dos clientes, ofertando um produto que atraia os foliões.

No Parque Rachel de Queiroz, no bairro Presidente Kennedy, o fim de semana é sempre animado. O espaço se tornou um ponto de encontro de famílias de toda a cidade e região metropolitana, que buscam um espaço para caminhar, lanchar e brincar ao ar livre. Com a chegada do Pré-Carnaval, a movimentação se torna ainda maior com os shows, e o que já era bom para os ambulantes fica ainda melhor.

Apenas no local, 387 permissionários atuam nesse período, sendo 312 ambulantes (entre fixos e volantes) e outros 75 trailers. Entre eles, o Delícias da Márcia, barraca de venda de pratinhos, que está no parque desde a sua inauguração. O empreendimento cresceu com a venda de comida em espaços movimentados da cidade: o parque e o Aterrinho da Praia de Iracema, que também recebe atrações de Carnaval.

A demanda é tanta nos meses de janeiro e fevereiro nos dois locais que chegam a trabalhar sete pessoas, sendo quatro no Aterrinho e três no parque, devido ao aumento no movimento. Regina Araújo, que trabalha nos dois espaços, conta que a produção de comida também aumenta para atender a demanda.

“A gente oferece mais pratos, traz mais opções com maior quantidade para os clientes, aqui no parque e na Praia de Iracema, onde o movimento também é muito grande. Nesse período, as nossas vendas aumentam em torno de 30%”, contou ela.

Rena Maciel posa para a foto
Com a chegada do período carnavalesco, Renan Maciel vende adereços, espuma, confete e bebidas

Ao longo dos 12 dias de Pré-Carnaval, 1.220 ambulantes foram autorizados pela Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) a trabalhar nos dez polos espalhados pela cidade. Eles atuam em pontos fixos e itinerantes, sendo orientados por equipes das Secretarias Executivas Regionais, conforme plano operacional elaborado para as festividades. A média de faturamento por dia de cada ambulante varia de acordo com o tipo de produto e com o investimento.

Renan Maciel é permissionário no parque há seis meses e resolveu mudar temporariamente seu negócio para se adaptar à demanda de Carnaval. Ele trabalha com itens de festa, e no ano passado trazia um pula-pula para aluguel. Com a chegada do período carnavalesco, Renan agora vende adereços, espuma, confete e bebidas.

“No período de carnaval aumenta 100% nosso lucro em comparação ao período normal. Como a gente trabalha com artigos de festa, essa é a melhor época para venda. A gente também ficava em outro espaço do parque e viemos para mais perto do palco, o que também aumentou nossas vendas”, explicou.

 Emília Eugênia posa para a foto ao lado dos adereços de cabelo que vende
No Carnaval, Emília Eugênia, faz parte do programa Nossas Guerreiras, aumenta as vendas em 40% 

Quem também resolveu adaptar seu negócio para as vendas do carnaval foi Emília Eugênia, que trabalha com tricô e crochê. A empreendedora faz parte do programa Nossas Guerreiras, da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), que oferece crédito orientado para mulheres de baixa renda que já empreendem ou desejam empreender.

A rotina de Emília é vender seus produtos em feiras, especialmente nos fins de semana. Com a chegada do Carnaval, seu foco muda. Das feiras, o Parque Rachel de Queiroz passa a ser o ponto quase fixo de seu trabalho. Das bolsas de crochê, que são seu principal produto, ela passa a vender adereços de carnaval como brincos, tiaras e colares, ainda utilizando seu talento manual com o tricô.

“Se eu saio para trabalhar nesse período o lucro é garantido, principalmente porque sou eu que faço. Nesses meses, consigo tirar uns R$ 500,00 por dia, um aumento de mais de 40% comparado com outros meses. Eu vivo disso, é minha única renda. Quando eu não estou vendendo aqui no Carnaval eu vou para o Benfica, onde também vendo muito bem, o público é maravilhoso. E na hora que eu termino, vou aproveitar a festa”, brincou.

O dinheiro extra do período carnavalesco serve para reinvestir no trabalho, ampliando e melhorando o negócio. De acordo com Emília, além desse aumento no investimento, ela ainda consegue fazer uma reserva de caixa para o futuro.

Enquanto o show de Pré-Carnaval começava no parque no último sábado (27/01), Izabel Alves aproveitou para comprar alguns adereços com Emília. Izabel, que se mudou recentemente para o Presidente Kennedy, tem aproveitado bastante o espaço para fazer caminhadas, comer e apoiar os pequenos empreendedores.

“Esse espaço melhorou muito a região e com certeza tem ajudado muito os empreendedores que ficam aqui. Acho muito importante ter esse espaço onde a gente consegue ter acesso a várias coisas por causa do trabalho dos ambulantes. Gosto muito de comer nos trailers, adoro a barraca de yakissoba, e hoje vim pela primeira vez para o pré-carnaval, espero vir mais vezes, achei super legal”, disse ela.

Ambulantes credenciados

Na Secretaria Executiva Regional 2, 580 ambulantes estão autorizados para atuar nos polos Mocinha, Praia de Iracema e Náutico. Na SER 3, as festividades acontecem no Parque Rachel de Queiroz e são 387 permissionários, sendo 312 ambulantes e 75 em trailers. Já na Praça João Gentil, no bairro Benfica, a Regional 4 cadastrou e autorizou a atividade de 50 comerciantes. Nos tradicionais polos Mercado dos Pinhões, Praça do Ferreira, Raimundo do Queijo, Passeio Público e Largo Assunção (Centro Cultural Belchior), localizados na SER 12, são 203 comerciantes autorizados para trabalhar em barracas, carrinhos ou de forma itinerante.

Além do auxílio da Seger, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) também atua nos pontos de festa, com mais de 300 agentes entre fiscais, coordenadores e auxiliares, impedindo o comércio irregular e garantindo o cumprimento das autorizações emitidas pelas Secretarias Regionais, permitindo que os permissionários possam realizar suas vendas de maneira tranquila e organizada.