Com o objetivo de solucionar a demanda por medicamentos em Fortaleza, a Prefeitura criou, em 2017, as Centrais de Medicamentos nos Terminais (CMDT). Funcionando atualmente em todos os sete terminais de ônibus da Cidade, a iniciativa já atendeu quase 48 mil pessoas, distribuindo mais de 3 milhões de medicamentos. As centrais funcionam como uma espécie de estoque, suprindo a demanda de remédios que estejam em falta em algum posto de saúde. Quando isso acontece, a farmácia do posto encaminha o paciente para a CMDT com um documento que deve ser apresentado para garantir a entrega.
Esse foi o caso de Cláudia Vitorini, professora e moradora do bairro Dom Lustosa. O medicamento para pressão alta que ela precisava estava em falta no Posto Meton de Alencar, mas se encontrava disponível no terminal do Antônio Bezerra, a poucos quilômetros de distância. O remédio é um dos 84 disponibilizados nas centrais e que atendem às patologias mais comuns, de acordo com estudos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) feitos no período de implantação do serviço.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Joana Maciel, a iniciativa foi necessária após o aumento no número de postos na Capital, que geraram mais demandas de consultas e consequentemente de medicamentos. Além disso, faltava uma padronização na entrega dos fármacos que eram dispensados em todas as 113 unidades de saúde de Fortaleza, diferente de outras grandes cidades, que contam com as chamadas "farmácias-pólo". “Era um desafio logístico. Tínhamos que garantir à população que se, numa eventualidade um medicamento faltasse, haveria outro lugar para o mesmo ser entregue”, explica Joana.
Para buscar o remédio, Cláudia pegou um ônibus que passava próximo ao posto e à sua casa. A questão da mobilidade também foi um dos fatores determinantes para a escolha das Centrais nos Terminais. O transporte público é o segundo serviço municipal mais utilizado pelos fortalezenses, ficando atrás apenas da saúde. Dessa forma, houve um processo de comunicação entre essas duas áreas para que os servidores informassem sobre o novo serviço à população. Atualmente, o terminal do Antônio Bezerra é o segundo com mais dispensa de medicamentos e com 8.917 pessoas atendidas de 2017 até hoje.
O sucesso do serviço fez com que, em março deste ano, 34 medicamentos voltados à área da saúde mental fossem incluídos no estoque. Trabalhando em conjunto com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), a distribuição desses remédios funcionará com a mesma logística dos postos de saúde. Além disso, foi inaugurada a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica de Fortaleza (Coaf), contando com uma nova Central de Medicamentos voltada ao armazenamento e distribuição de cerca de 64 milhões de frascos, comprimidos e pomadas.
Com essa ampliação, a demanda das centrais, que foi grande em 2017, diminuiu nos anos seguintes, o que tornou o atendimento ainda mais rápido. Cláudia Vitorini, que utilizou a Central pela primeira vez, impressionou-se e aprovou a agilidade do serviço. Ela precisou levar apenas um documento de identificação oficial com foto, a carteira do Sistema Único de Saúde (SUS), a receita médica e a transferência para a Central. Segundo Joana Maciel, "o objetivo para o futuro é continuar garantindo a distribuição e o monitoramento dos medicamentos, tanto nas unidades de saúde e CAPS, como nas Centrais de Medicamentos."