15 de May de 2023 em Mobilidade

Bilhete Único para pessoas com mobilidade reduzida não aparente garante acessibilidade no transporte coletivo

Acometidos com fibromialgia, cânceres, dores lombares e outras doenças que reduzem a mobilidade têm direito ao acesso preferencial no transporte público urbano de Fortaleza


Natyara segura o seu cartão do bilhete único
“Eu precisei fazer quatro procedimentos cirúrgicos, além de radioterapia, o que me tornou muito sensível para pegar o ônibus lotado. Entrar pela porta dianteira foi um alívio, porque eu ficava muito machucada”, conta Natyara (Foto: Alex Costa)

“Com o cartão, eu posso embarcar e desembarcar pela porta dianteira, diminuindo o constrangimento e as dores”, é o que afirma Natyara Rodrigues, uma das 151 beneficiadas com o bilhete único para pessoas com mobilidade reduzida não aparente. O cartão especial é emitido pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) desde 2021 e possibilita maior acessibilidade e acolhimento para pessoas com dificuldades motoras.

Natyara, de 37 anos, é administradora e precisa se deslocar diariamente de Maranguape para o centro de Fortaleza, onde trabalha. Recentemente, ela venceu a luta contra o câncer de mama e o cartão tornou-se um item essencial para a sua segurança no transporte público urbano. “Eu precisei fazer quatro procedimentos cirúrgicos, além de radioterapia, o que me tornou muito sensível para pegar o ônibus lotado. Entrar pela porta dianteira foi um alívio, porque eu ficava muito machucada”, conta.

O cartão para pessoas com mobilidade reduzida não aparente possibilita o embarque e desembarque do passageiro pela porta da frente, dentro ou fora dos terminais de integração, e o embarque prioritário quando for comprovada a restrição de passagem pela catraca. Munida com o cartão especial, Natyara afirma ainda que alguns constrangimentos foram reduzidos e que conta com mais acolhimento de motoristas e passageiros.

“Uma das dificuldades que eu tinha era de estar sempre pedindo para o motorista, como se fosse um favor, para desembarcar pela porta dianteira. Eu usava até uma tipoia, para que as pessoas percebessem que eu tinha uma dificuldade. Era um constrangimento, pois eu precisava sempre ter que me explicar e responder perguntas dos motoristas e de outros passageiros. Com a carteirinha, isso diminuiu muito”, relata.

Natyara soube da existência do cartão especial por meio de redes de apoio a mulheres que lutam contra o câncer de mama e, num dos encontros do grupo, conheceu a história da aposentada Delfina Mesquita, que também teve câncer de mama e é a primeira beneficiada com a política pública de acesso preferencial para portadores de mobilidade reduzida não aparente. Delfina também fez parte da equipe de criação do documento.

Mobilidade reduzida não aparente são aquelas que não são possíveis de identificar em um primeiro contato visual como cânceres, malformações vasculares, visibilidade reduzida e fibromialgia. Por causa dessa dificuldade de percepção, muitas vezes as pessoas sofrem preconceito ao exercerem seus direitos, como usar uma fila preferencial ou estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.

“Políticas para pessoas com deficiência não aparente não são muito conhecidas e o acesso à informação é essencial. A carteirinha é muito importante nesse sentido, pois os motoristas entendem a minha dificuldade e, mesmo em outra cidade, como em Maranguape, eu a mostro e os motoristas de lá entendem minha situação. Já aconteceu também de eu pegar fila e mostrar a minha carteirinha para os outros passageiros, assim eles entendem que eu tenho esse direito”, expõe Natyara.

Como solicitar

Para solicitar o benefício, o usuário deve dirigir-se à sede da Etufor, mediante agendamento online, com os documentos (RG, CPF, comprovante de endereço e laudo médico da mobilidade reduzida não-aparente) e será realizada análise para saber se o solicitante atende aos critérios estabelecidos. Após essa fase, será realizada a captura biométrica da foto do usuário, para permitir o uso exclusivo do beneficiário e evitar fraudes.

A fibromialgia, doença crônica reumática que afeta a musculatura, aparece como principal motivação para a procura do cartão de embarque especial, seguido do câncer de mama e da lombalgia, dor intensa na região da lombar. Entretanto, portadores de qualquer doença que reduza a mobilidade, desde que atestado por laudo médico, podem solicitar o documento.

Bilhete Único para pessoas com mobilidade reduzida não aparente garante acessibilidade no transporte coletivo

Acometidos com fibromialgia, cânceres, dores lombares e outras doenças que reduzem a mobilidade têm direito ao acesso preferencial no transporte público urbano de Fortaleza

Natyara segura o seu cartão do bilhete único
“Eu precisei fazer quatro procedimentos cirúrgicos, além de radioterapia, o que me tornou muito sensível para pegar o ônibus lotado. Entrar pela porta dianteira foi um alívio, porque eu ficava muito machucada”, conta Natyara (Foto: Alex Costa)

“Com o cartão, eu posso embarcar e desembarcar pela porta dianteira, diminuindo o constrangimento e as dores”, é o que afirma Natyara Rodrigues, uma das 151 beneficiadas com o bilhete único para pessoas com mobilidade reduzida não aparente. O cartão especial é emitido pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) desde 2021 e possibilita maior acessibilidade e acolhimento para pessoas com dificuldades motoras.

Natyara, de 37 anos, é administradora e precisa se deslocar diariamente de Maranguape para o centro de Fortaleza, onde trabalha. Recentemente, ela venceu a luta contra o câncer de mama e o cartão tornou-se um item essencial para a sua segurança no transporte público urbano. “Eu precisei fazer quatro procedimentos cirúrgicos, além de radioterapia, o que me tornou muito sensível para pegar o ônibus lotado. Entrar pela porta dianteira foi um alívio, porque eu ficava muito machucada”, conta.

O cartão para pessoas com mobilidade reduzida não aparente possibilita o embarque e desembarque do passageiro pela porta da frente, dentro ou fora dos terminais de integração, e o embarque prioritário quando for comprovada a restrição de passagem pela catraca. Munida com o cartão especial, Natyara afirma ainda que alguns constrangimentos foram reduzidos e que conta com mais acolhimento de motoristas e passageiros.

“Uma das dificuldades que eu tinha era de estar sempre pedindo para o motorista, como se fosse um favor, para desembarcar pela porta dianteira. Eu usava até uma tipoia, para que as pessoas percebessem que eu tinha uma dificuldade. Era um constrangimento, pois eu precisava sempre ter que me explicar e responder perguntas dos motoristas e de outros passageiros. Com a carteirinha, isso diminuiu muito”, relata.

Natyara soube da existência do cartão especial por meio de redes de apoio a mulheres que lutam contra o câncer de mama e, num dos encontros do grupo, conheceu a história da aposentada Delfina Mesquita, que também teve câncer de mama e é a primeira beneficiada com a política pública de acesso preferencial para portadores de mobilidade reduzida não aparente. Delfina também fez parte da equipe de criação do documento.

Mobilidade reduzida não aparente são aquelas que não são possíveis de identificar em um primeiro contato visual como cânceres, malformações vasculares, visibilidade reduzida e fibromialgia. Por causa dessa dificuldade de percepção, muitas vezes as pessoas sofrem preconceito ao exercerem seus direitos, como usar uma fila preferencial ou estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.

“Políticas para pessoas com deficiência não aparente não são muito conhecidas e o acesso à informação é essencial. A carteirinha é muito importante nesse sentido, pois os motoristas entendem a minha dificuldade e, mesmo em outra cidade, como em Maranguape, eu a mostro e os motoristas de lá entendem minha situação. Já aconteceu também de eu pegar fila e mostrar a minha carteirinha para os outros passageiros, assim eles entendem que eu tenho esse direito”, expõe Natyara.

Como solicitar

Para solicitar o benefício, o usuário deve dirigir-se à sede da Etufor, mediante agendamento online, com os documentos (RG, CPF, comprovante de endereço e laudo médico da mobilidade reduzida não-aparente) e será realizada análise para saber se o solicitante atende aos critérios estabelecidos. Após essa fase, será realizada a captura biométrica da foto do usuário, para permitir o uso exclusivo do beneficiário e evitar fraudes.

A fibromialgia, doença crônica reumática que afeta a musculatura, aparece como principal motivação para a procura do cartão de embarque especial, seguido do câncer de mama e da lombalgia, dor intensa na região da lombar. Entretanto, portadores de qualquer doença que reduza a mobilidade, desde que atestado por laudo médico, podem solicitar o documento.