Primeira via a readequar a velocidade máxima para 50 km/h, a Av. Leste-Oeste não registrou nenhuma morte no trânsito em 2022. A via, que era considerada uma das mais perigosas da cidade, principalmente para usuários vulneráveis como pedestres e ciclistas, contabilizou uma média de 11 vidas perdidas por ano entre 2010 e 2017.
Em 2018, quando a medida começou a ser implantada, sete pessoas morreram. No ano seguinte à redução, em 2019, foram registradas quatro vítimas fatais. Em 2020 e 2021, dois óbitos por ano no trecho readequado.
“O resultado mostra que estamos cada vez mais alinhados com o conceito de visão zero, no qual nenhuma morte no trânsito é aceitável. Todas as nossas ações, seja educativa, de operação ou fiscalização, tem um único objetivo: salvar vidas”, reforça Antônio Ferreira, superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).
A readequação do limite de velocidade é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois a velocidade excessiva é a causa de uma em cada três mortes por acidentes de trânsito em todo o mundo. Nos casos de atropelamento, por exemplo, os condutores que trafegam em velocidade reduzida têm maior possibilidade de reação.
Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior será o impacto de um acidente de trânsito. A OMS também aponta que uma redução de até 5% na velocidade do veículo pode resultar em 30% menos sinistros fatais.
Redução de acidentes
A Autarquia implementa a medida após estudos que têm como base critérios de acidentalidade viária e volume de tráfego. Os resultados, inclusive, já são percebidos em outras vias.
Segundo levantamento da AMC, o número de acidentes com mortes em Fortaleza caiu 68,1% em avenidas que tiveram a velocidade readequada. Ainda de acordo com a análise, o quantitativo de sinistros com vítimas lesionadas caiu 18,9%. Já os atropelamentos diminuíram 29, 7%.
O estudo avaliou o desempenho da segurança viária em oito vias cuja readequação foi realizada há mais de 12 meses. O método aplicado visou isolar o efeito da intervenção, considerando como grupo de comparação outras vias de características similares que não receberam a medida.
Mortes nas vias em queda há oito anos
Pelo oitavo ano consecutivo, Fortaleza registrou redução no número de mortes no trânsito. Em 2022, a capital cearense contabilizou 157 óbitos nas vias da cidade com taxa de mortalidade de 6,0 para cada 100 mil habitantes. O número é 58,3% menor em relação ao do ano de 2014, no qual 377 pessoas perderam a vida. A queda foi de 14,7% quando comparado a 2021.