Alegria, diversão e aprendizado dentro da magia e ludicidade circense. Esses elementos reuniram os alunos da Escola Pública de Circo da Vila das Artes, na noite desta sexta-feira (26/07), em uma apresentação que tomou o picadeiro do Marlym Circus da Rússia, no bairro Salinas. As apresentação foi o encerramento do projeto Hoje Tem Espetáculo - Férias no Picadeiro, com participação dos alunos destaques das oito oficinas circenses do qual participaram cerca de 200 crianças e adolescentes.
Os jovens e crianças performaram números de palhaçaria, malabarismo, e acrobacias em trapézio e lira, habilidades adquiridas durante as aulas ministradas pelos artistas dos circos Seven Brothers, América, London e Marlym, tradicionais da Capital Cearense, ao longo do mês de julho. Os beneficiados habitam as comunidades próximas aos espaços onde os circos estão instalados.
Conforme Luciano Bento, coordenador da Escola Pública de Circo da Vila das Artes e responsável pelo projeto, a iniciativa veio de modo proporcionar às comunidades que estão ao redor do circo a chance de ser o artista da vez, tanto para aprender um ofício e se descobrir na arte, como para e transformar a vida aprendendo os valores circenses. “As oficinas foram muito participativas e tivemos um bom público, até por ser em uma comunidade periférica. E assim como na vida, o circo é uma forma de resistência”, disse.
A realização do projeto também foi uma forma de reconhecimento e de troca de experiências: “Pela primeira vez, a Prefeitura, junto com a Secretaria da Cultura, confiou em nós para a realização das oficinas. Para mim, isso marca o novo período da Lei do Circo, e agora, realmente, o circo faz parte da comunidade”, afirmou o proprietário do circo Seven Brothers, Círio Brasil. Para ele, a experiência do projeto fez com que as comunidades também conhecessem a história e a vida das famílias que vivem embaixo da lona.
Talentos circenses
Jefferson Freitas, de 16 anos, estrelou o número de palhaçaria. Ele conta que veio ao projeto influenciado por amigos que já se apresentavam, mas que não imaginava que ia tomar tanto gosto pelo picadeiro. “No início foi um pouco complicado para aprender, decorar o roteiro. Mas hoje estou pronto e indico para outros que procurem o curso de palhaço. É muito bom”, ressalta.
Já Rubens Silva, de 18 anos, também chegou ao circo por meio de um amigo, mas foi com a oficina da Vila das Artes que ele se envolveu nas acrobacias no trapézio. Com pouco menos de um mês, descreve que já se sentiu apto a se apresentar, mas que o mais importante da experiência é poder ocupar o tempo livre. “Não só para mim, mas também para outros adolescentes crianças, pois evita deles estarem na rua. É difícil, a mão fica cheia de calos, mas vale a pena”, conta.
Lei do Circo
A Lei Municipal do Circo (9959/2012), passou a regulamentar, em 2015, as normas de instalação e funcionamento dos circos itinerantes em Fortaleza. O texto aborda aspectos como alvarás de autorização, providências relativas ao acesso à saúde e à educação dos circenses, além da criação 1ª Escola Municipal de Circo de Fortaleza.
Dentre as instituições envolvidas na construção participativa e democrática do decreto de regulamentação da Lei Municipal do Circo, estiveram a Associação dos Proprietários Artistas, Escolas de Circo do Ceará (Apaece), das Secretarias da Saúde, Cultura e Educação, Corpo de Bombeiros, Procuradoria Geral do Município (PGM), entre outros.