dois jovem sentados no palco
As ações são espaços para o combate ao racismo e o diálogo sobre a cultura afro-brasileira

A Rede Cuca, política pública da Prefeitura de Fortaleza executada pela Secretaria Municipal da Juventude, inicia, a partir desta sexta-feira (01/11), mais uma edição da campanha Mente Livre, Cuca Crespa, uma iniciativa dedicada ao mês da Consciência Negra. Com o tema "A arte não tem cor, mas reflete todas as vozes. Diga não ao racismo!", a programação traz um mês de atividades para reforçar a importância da data. Celebrada em 20 de novembro, este dia homenageia a luta histórica de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra no Brasil.

A programação acontece em todas as unidades da Rede Cuca (Barra, Mondubim, Jangurussu, José Walter e Pici), com eventos realizados entre os dias 1º e 28 de novembro. As atividades incluem rodas de conversa, cine debates, oficinas, exposições, apresentações culturais e outras atividades gratuitas abertas ao público.

A campanha tem como objetivo abrir espaços de diálogo e de reflexão sobre ancestralidade, combate ao racismo e resgate de memórias da cultura afro-brasileira. O Dia da Consciência Negra é uma oportunidade para reconhecer a riqueza cultural e a resistência histórica da população negra, de forma a incentivar a sociedade a refletir sobre a sua grande influência nas manifestações culturais e na formação do Brasil enquanto nação.

O tema do evento deste ano fortalece a ideia de que a expressão artística é um meio de empoderamento e de representatividade, permitindo que histórias antes marginalizadas encontrem seu devido espaço e ressonância. Portanto, a programação tem o objetivo de promover a valorização dessa diversidade cultural, fundamental para a construção de uma sociedade brasileira mais justa e igualitária.

A abertura oficial da campanha acontece nesta sexta-feira (01/11), no Cuca José Walter, a partir das 14h, com um bate-papo com o artista Mateus Fazeno Rock, que também fará um pocket show com Mumutante. Representantes da Rede Cuca, autoridades e convidados estarão presentes para celebrar o início da campanha.

Destaques da programação:

- 01/11- Abertura da campanha no Cuca José Walter (14h às 18h)
- 06/11 - Show de reggae: Conexão Jamaica (19h às 21h, Cuca Mondubim)
- 07/11 - Papo de Lual: Memórias de Wellington (18h às 20h, Cuca Mondubim)
- 13/11 - Hip-Hop: das ruas pro mundo (09h30/ 15h, Cuca Pici)
- 14/11 - Baile Black e Bate-Papo sobre Quilombo de Palmares (18h às 21h, Cuca Jangurussu)
- 21/11 - Baile Afro (14h às 21h30, Cuca José Walter)
- 22/11 - Blackness Ball (17h às 21h, Cuca José Walter)
- 28/11 - Apresentação Baquetas do Jangu (18h, Cuca Jangurussu)

Programação completa

Locais

- Cuca Barra: Av. Pres. Castelo Branco, 6417 - Barra do Ceará
- Cuca Jangurussu: Av. Castelo de Castro esq. Av. Contorno Leste
- Cuca José Walter: Rua 69, s/n - Pref. José Walter
- Cuca Mondubim: Rua Santa Marlúcia, s/n – Mondubim
- Cuca Pici: Rua Cel. Matos Dourado, 1499 – Pici

Publicado em Juventude
Imagens dos alunos se apresentando durante o projeto com capoeira, recitais e mostra das produções

A Escola Municipal Agostinho Moreira e Silva, no bairro Barra do Ceará, foi uma das cinco instituições do país agraciadas com a Medalha Paulo Freire 2017, prêmio do Ministério da Educação que reconhece e estimula experiências relevantes para a alfabetização e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. A entrega do prêmio ocorre no dia 8 de novembro, em Brasília.

A medalha premiou o projeto “Cultura Afro: conhecendo a história para transformar o presente”, o único contemplado das regiões Norte e Nordeste este ano.

A iniciativa, desenvolvida pela educadora Elaine Pessoa, trabalhou as raízes africanas na cultura brasileira com alunos da Barra do Ceará. Conforme a professora, o projeto buscou contribuir para a expansão do conhecimento de estudantes da EJA por meio de resgates históricos, produções artísticas e descriminalização da cultura negra, e promover também o aumento da autoestima dos alunos.

O "Cultura Afro" foi desenvolvido na escola Agostinho Moreira e Silva em novembro de 2016 durante a semana da Consciência Negra, motivado pelo projeto anual Memórias do Baobá, que acontece no Centro de Fortaleza e reúne experiências de resgate da ancestralidade. Os estudantes criaram desde sonetos sobre o empoderamento da mulher negra até grupos de resgate folclórico, como a capoeira.

Além do engajamento de profissionais e alunos da escola, o projeto também contou com o envolvimento de representantes do Conselho Tutelar, que foram ao encontro dos alunos para partilhar sobre a Lei Maria da Penha, visto que o projeto focava na violência social contra a mulher negra, e sobre a própria atuação do órgão, por exemplo.

Aluna da EJA, Adelaide Barbosa, de 71 anos, explica que a iniciativa trouxe informações ainda pouco conhecidas e despertou entre os alunos a cultura do respeito que será propagada na comunidade. “Nós descobrimos que a Lei Maria da Penha pode fazer com que pare mais a violência contra a mulher, especialmente a mulher negra. Elas também são gente, precisam viver”, relatou.

A professora Elaine Pessoa destaca a importância de usar a educação para empoderar as pessoas, fazendo-as conhecer os seus direitos. “Sinto muito orgulho de poder ver os direitos sociais sendo trabalhados e efetivados na escola, com os alunos tendo acesso a essas informações. Sinto muito orgulho também de trabalhar nessa escola e ver toda a comunidade engajada em um projeto que deu certo e que está mudando comportamentos”, revela.
Para a diretora Orlenilda Cunha, a premiação coroa todo um esforço em transformar vidas com a EJA. “Tanto o projeto quando a Medalha Paulo Freire promovem nos alunos novas perspectivas de vida e novos sonhos”, destaca.

Ao todo, o MEC avaliou 58 trabalhos. Na segunda fase, classificatória e eliminatória, a escola recebeu a visita de uma representante do ministério, que conheceu os trabalhos desenvolvidos por alunos da EJA.

Clique aqui e confira o resultado publicado no Diário Oficial da União com os nomes das instituições ganhadoras.

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