O Instituto Doutor José Frota (IJF), maior hospital da Prefeitura de Fortaleza, mesmo sendo referência regional em traumatologia, também está integrado à rede de enfrentamento à Covid-19 desde 2020 e, neste dia 23 de março, completa um ano da abertura dos primeiros leitos reservados aos pacientes com complicações graves causadas pela doença nas unidades especiais do Anexo IJF 2. Neste período, mais de 1.150 pacientes e suas famílias puderam contar com a atenção dos profissionais da unidade, que segue empenhada no socorro aos contaminados.
De acordo com a superintendente do IJF, Riane Azevedo, mesmo antes do registro de casos de contaminação no Estado, em fevereiro de 2020, a direção do hospital já dava início ao planejamento estratégico para uma situação de crise sanitária, com a organização de um comitê interno para gestão das ações de contenção dos riscos de infecção no ambiente hospitalar, atenção à saúde dos funcionários e de controle de suprimentos, equipamentos e recursos humanos.
Com o avanço dos diagnósticos e crescimento da demanda por leitos de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), o IJF, que já concretizava os projetos de ampliação e modernização das áreas de atendimento à população, por meio do IJF 2, registrou as primeiras internações nas unidades especiais Covid-19 no prédio anexo. Ao todo, 150 leitos do complexo foram disponibilizados durante o primeiro ano da pandemia, sendo 100 deles de UTIs e 50 em enfermarias.
As equipes clínicas, formadas por médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, assistentes sociais e demais profissionais, precisaram ser reforçadas para a devida assistência aos pacientes, que, cada vez mais, precisavam do acompanhamento de especialistas, exames laboratoriais e de imagem, além de intervenções mecânicas para o suporte na respiração e funções renais. Mesmo com todas as dificuldades mercadológicas do período, equipamentos e insumos foram adquiridos para a garantia dos tratamentos e de atuação segura dos trabalhadores.
Humanização no atendimento
Com as novas rotinas de trabalho, várias estratégias precisaram ser adotadas, inclusive a de atenção aos parentes dos pacientes em atendimento, tendo em vista o distanciamento necessário pelo risco de contaminação. Para contornar o desafio, o hospital adotou novos canais de comunicação, como a Jandira, suporte para a realização de vídeochamadas entre familiares e hospitalizados, além dos boletins diários por ligações telefônicas realizadas pelas equipes médicas.
Atenção ao trabalhador da saúde
Em meio à luta contra a doença, muitos profissionais da saúde também se viram como vítimas. Para a devida atenção ao trabalhador, a direção do IJF direcionou o programa “Cuidando de Quem Cuida”, com a disponibilização de consultas médicas a atendimentos psicológicos a todos os servidores e prestadores de servido do hospital, tanto para o acompanhamento nos casos de contaminação por Covid-19 como para o cuidado com a saúde mental no duro cotidiano ao lado dos leitos, nos laboratórios, salas de cirurgia, consultórios, farmácias, oficinas e escritórios que compõem este grande centro de saúde, onde mais de 3.500 homens e mulheres dedicam suas atenções ao próximo, direta ou indiretamente, com profissionalismo, compromisso e coragem.
Segunda onda
Em março de 2021, com a chegada da segunda onda epidemiológica, mais uma vez o IJF pode assumir seu papel na atenção à população, reafirmando seu compromisso para o salvamento de vidas. O Anexo IJF 2 passou novamente à reservar suas unidades aos pacientes encaminhados pela Central de Regulação, responsável pela internação dos pacientes nos leitos da rede municipal. Até o momento, 180 leitos foram disponibilizados gradualmente, sendo 80 deles em UTIs e 100 em enfermarias.
O acolhimento do novo perfil de pacientes, com a reserva de espaços adequados à contenção dos riscos de contaminação, só foi possível com a redução dos acolhimentos de vítimas de traumas na Emergência do hospital, reflexo das determinações de isolamento social para o controle do fluxo de pessoas e controle das infecções pelo coronavírus. As novas rotinas de proteção também diminuíram os riscos de ferimentos por quedas, queimaduras, intoxicações agudas e engasgos, principalmente nos domicílios. Assim, os leitos que serviriam aos pacientes da traumatologia puderam ser remanejados aos adultos e idosos com complicações graves causadas pela Covid-19.
