A Prefeitura de Fortaleza lançou, nesta quarta-feira (17/05), política de vigilância da qualidade do ar e anunciou a instalação de um sistema de monitoramento em Fortaleza. A ação é coordenada pela Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação (Citinova) e pela Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), e desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC).
Com a política, a capital cearense, que antes contava apenas com uma estação de monitoramento itinerante da Seuma, passará a contar com uma rede de 25 monitores de baixo custo, o que colocará Fortaleza no grupo de cidades do mundo que possuem esse tipo de monitoramento. A ideia é instalar os monitores principalmente no entorno das escolas, já que crianças e idosos são o público mais sensível, e, a partir daí, criar políticas públicas voltadas para esse problema.
“Esse é, essencialmente, um projeto de promoção da saúde pública em Fortaleza. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já acumula diversas evidências de que as partículas poluentes suspensas no ar, além dos já conhecidos problemas respiratórios, podem causar cânceres, infartos e agravar casos de AVC e diabetes. Existem diversas ações para mitigar esses problemas, e para dar o diagnóstico correto e estabelecer nossa profilaxia, é necessário essa rede de monitoramento do ar”, informou Luiz Alberto Sabóia, presidente da Citinova.
Luciana Lobo, titular da Seuma, destacou que a política de vigilância vem para agregar as diversas políticas que Fortaleza já tem implementado para melhorar a qualidade do ar, como a ampliação de áreas verdes urbanas. “O anúncio de hoje é a culminação de um trabalho que já vem acontecendo há bastante tempo. Na Seuma, nós já temos uma estação de monitoramento de ar bastante robusta, mas que não consegue dar conta de toda a cidade. Com a rede, teremos mais dados sobre a cidade e, com isso, teremos mais informações para implementar nossas ações e políticas públicas, como a arborização da cidade.
O professor Bruno Vieira Bertoncini, coordenador do núcleo Trama, da UFC, explica que os monitores, desenvolvidos em parceria com a universidade, são de baixo custo e vão analisar continuamente oito poluentes, evidenciando um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando uma série de problemas de saúde e contribuindo para as mudanças climáticas.
"A poluição do ar pode provocar problemas de saúde como doenças respiratórias, doenças cardiovasculares e cancros. Além disso, pode contribuir para o aquecimento global e para as alterações climáticas. Felizmente, há medidas que podem ser tomadas, como a instalação de estações de controle da qualidade do ar, que fornecem informações precisas sobre os níveis de poluição atmosférica", explicou.
"Além de nos permitir conhecer e entender o problema, as estações são um instrumento fundamental para a regulamentação governamental e a proposição de políticas públicas. A partir desse conhecimento, os governos podem criar normas que limitem a emissão de poluentes e incentivem o uso de fontes de energia mais limpas e renováveis, por exemplo", complementou o professor da UFC.
De acordo com estimativas feitas pela Prefeitura com uma plataforma disponibilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Fortaleza registra pelo menos 400 mortes por ano devido a doenças relacionadas à poluição do ar, como doenças pulmonares, cardiovasculares e cânceres. A nova política de monitoramento do ar faz parte dos seis anos de participação da cidade na Parceria por Cidades Saudáveis e seu novo programa Acelerador de Políticas e a meta é de que com a nova política e com ações de longo prazo seja possível reduzir sensivelmente esta realidade.
Parceria
A Parceria por Cidades Saudáveis é uma rede global de 70 cidades comprometidas em salvar vidas, prevenindo doenças não transmissíveis (DNTs) e lesões que é apoiada pela Bloomberg Philanthropies em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a organização global de saúde Vital Strategies. O Policy Accelerator, desenvolvido pela Vital Strategies, é uma nova oferta da Parceria que está apoiando 13 cidades da rede para criar e adotar políticas de saúde pública fortes, além de fornecer ferramentas para a formulação de políticas futuras. Os participantes acessam a assistência técnica por meio de uma série de treinamentos e intercâmbios colaborativos focados na tomada de decisão baseada em dados, estratégia, comunicação estratégica e envolvimento das partes interessadas. O programa também integra recursos e conhecimentos da OMS. O resultado são as cidades fazendo progressos significativos para promover políticas que reduzam as DNTs ou lesões, como leis antifumo ou proibições de publicidade de bebidas açucaradas e junk food.
As DNTs e lesões são responsáveis por oito em cada 10 mortes em todo o mundo. Com mais da metade da população global vivendo agora nas cidades, os líderes urbanos desempenham um papel fundamental para ajudar a lidar com essas crises de saúde pública. Desde 2017, as cidades da rede Parceria para Cidades Saudáveis realizaram intervenções comprovadas e de alto impacto para reduzir significativamente as DNTs e lesões. A Aceleradora de Políticas Públicas baseia-se nesses esforços apoiando um grupo seleto de cidades comprometidas a buscar um foco intensivo de políticas públicas em nível populacional. A atual coorte de cidades é a primeira da Parceria, com um segundo grupo a ser selecionado para A Aceleradora de Políticas Públicas em 2023.
A Parceria para Cidades Saudáveis é um dos principais programas sob o papel de Michael Bloomberg como Embaixador Global da OMS para Doenças e Lesões Não Transmissíveis, uma posição que ocupa desde 2016.
“As cidades são lugares onde a saúde pode ser cultivada ou destruída”, disse o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS. ameaças à saúde, incluindo doenças não transmissíveis e lesões. A Aceleradora de Políticas Públicas está criando comunidades de prática para promover o que funciona melhor para a política de saúde em nível local.
“Enfrentar as DNTs e lesões requer grandes mudanças sistêmicas”, disse José Luis Castro, presidente e CEO da Vital Strategies. “Tenho o prazer de ver a Parceria para Cidades Saudáveis incentivando esse foco no desenvolvimento de políticas públicas. As cidades são os motores da saúde pública, como fomos lembrados mais uma vez durante a pandemia.”
Sobre The Partnership for Healthy Cities
The Partnership for Healthy Cities é uma prestigiosa rede de 70 cidades comprometidas em salvar vidas prevenindo doenças não transmissíveis (DNTs) e lesões. Apoiada pela Bloomberg Philanthropies em parceria com a OMS e a organização global de saúde Vital Strategies, a iniciativa permite que cidades de todo o mundo forneçam uma política ou intervenção programática de alto impacto para reduzir as DNTs e lesões em suas comunidades.
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Sobre a Aceleradora de Políticas Públicas
A Aceleradora de Políticas Públicas, criada pela Vital Strategies, é um processo de desenvolvimento de políticas públicas projetadas para governos que buscam mudanças sustentáveis na saúde pública. Os participantes adquirem habilidades para avaliar um desafio específico de saúde pública, jurisdição legal, advocacia estratégica, liderança e muito mais, por meio de uma série de treinamentos e colaborações – e políticas avançadas até a implementação.
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